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Comissão pede transferência de ossadas de Perus para Brasília
Foto das ossadas encontradas no cemitério de Peru e que estão armazenadas na Unifesp.
A Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos, ligada ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), solicitou a transferência das 1.049 caixas de ossadas encontradas na década de 1990 no Cemitério de Perus, atualmente armazenadas na capital paulista, para Brasília. O objetivo é diminuir os custos de armazenamento e agilizar o processo de identificação.
O assunto foi discutido nesta segunda-feira (18), em audiência de conciliação ocorrida na sede do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, com a participação de membros da Advocacia-Geral da União, do governo estadual paulista, Prefeitura Municipal e Ministério da Educação.
Caso o acordo seja concretizado, os restos mortais seriam transportados do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) para o Instituto de Pesquisa de DNA Forense da Polícia Civil do Distrito Federal.
Dados da Comissão indicam que, anualmente, são investidos cerca de R$ 216 mil com o aluguel da casa com cerca de 200 m² quadrados que é usada para o armazenamento. Outros R$ 175 mil são gastos com segurança.
“Na Polícia Civil do DF não teremos qualquer gasto para armazenamento e segurança. Com o dinheiro que sobra poderemos enviar mais ossadas para análise no laboratório de Haia, na Holanda, para que todas sejam finalmente periciadas. O que queremos é agilizar o processo encerrar a questão, dando às famílias a respostas que aguardam há décadas”, explica o presidente da Comissão, Marco Vinícius Pereira de Carvalho.
Atualmente, 700 ossadas estão em processo de análise pelo _International Commission on Missing Persons_ (ICMP), na Holanda. Segundo Carvalho, serão necessários US$ 700 mil para que as demais sejam enviadas.
Ele explica, ainda, que os protocolos da perícia serão mantidos. A proposta é que o ICMP treine os peritos, cumprindo todos os pontos dos acordos e obrigações assumidas pelo governo federal.
Uma nova audiência foi marcada para o dia 9 de dezembro, às 14h, para que as partes tentem novamente chegar a um acordo.