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Marielle Franco e Anderson Gomes são homenageados em Nota Pública do #CNDH
O colegiado iniciou seus trabalhos homenageando a vereadora (RJ) e defensora de direitos humanos, e a seu motorista, assassinados em 14 de março do ano passado, em um crime ainda não completamente esclarecido, mesmo com as prisões de dois suspeitos ontem (12).
Assim, foi aprovada, por unanimidade, uma Nota Pública do conselho centrada na necessidade de investigação sobre quem matou e quem mandou matar Marielle Franco. Para o presidente do conselho, Leonardo Pinho, as prisões foram um passo importante: “mas o que precisamos saber é quem mandou matar Marielle e Anderson. Essa é a principal questão que o CNDH apontou na sua 45ª Reunião Plenária em Homenagem a Marielle e Anderson."
“Lembramos que Marielle expressou – em vida e na própria morte – a luta de mulheres, negras, LGBTIs, pobres e trabalhadoras/es – e que seu assassinato se somou aos milhares que a cada ano sacrificam em especial a juventude negra e pobre das periferias e favelas de nosso País. Tratou-se, ainda, de um crime contra a democracia, uma vez que Marielle possuía mandato de vereadora na Câmara Municipal do município do Rio de Janeiro”, informa a Nota.
O documento é finalizado com um apelo: “O CNDH conclama de toda a sociedade brasileira a promover e a proteger a atuação dos direitos humanos e aos órgãos do Estado brasileiro a implantarem e fortalecerem os programas e políticas de direitos humanos em homenagem à memória de Marielle Franco e Anderson Gomes e pelo respeito à dignidade da vida e da pessoa humana.”
Leia aqui a íntegra da Nota Pública de Homenagem a Marielle Franco e Anderson Gomes.
Relembre a atuação do CNDH no caso
Na noite de 14 de março de 2018, a vereadora pelo Rio de Janeiro Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, foram assassinados no Estácio, região central do Rio, por disparos realizados de dentro de um carro. Dois dias depois, uma comitiva do CNDH foi à cidade em missão emergencial para acompanhar as investigações relacionadas ao crime de execução.
A comitiva prestou solidariedade aos familiares das vítimas e testemunhas do caso e se reuniu com organizações da sociedade civil e instituições públicas incumbidas da defesa de direitos humanos e da apuração ou acompanhamento do crime, como o Ministério Público Estadual e a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.
Na ocasião, o CNDH classificou o assassinato como “brutal, chocante e emblemático, que demanda uma investigação séria, imparcial a aprofundada. Também pôde ser compreendido como um ataque à democracia por calar uma voz que vem das bases e que se colocava em defesa dos direitos humanos”.
Em agosto do ano passado, o conselho esteve novamente em missão ao Rio, com objetivo de acompanhar as investigações dos assassinatos – além de averiguar denúncias de violações de direitos humanos decorrentes da intervenção no estado.
Perfil
Marielle Franco era uma defensora de direitos humanos, que lutava contra a desigualdade e pelos direitos das mulheres, dos negros, da favela, das LGBTs e de todas que viviam qualquer forma de opressão. Era também socióloga com mestrado em Administração Pública, tendo sido eleita vereadora da Câmara do Rio de Janeiro pelo PSOL e presidente da Comissão da Mulher da Câmara.
Trabalhou em organizações da sociedade civil como a Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré (Ceasm). Coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), ao lado de Marcelo Freixo. Criada no Complexo da Maré, se tornou mãe de uma menina aos 19 anos.*
Já Anderson Gomes era casado e pai de um filho bebê. Ele foi alvejado e morto enquanto trabalhava como motorista de Marielle.
*Fonte: mariellefranco.com.br
#DireitosHumanos #ParticipaçãoSocial
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