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Ministra Damares Alves quer ampliar atendimento a brasileiras vítimas de violência em território estrangeiro
Ministra Damares Alves e secretária Angela Gandra visitam Espaço da Mulher Brasileira
A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, disse nesta sexta-feira (14) que pretende levar para outros países o atendimento a brasileiras vítimas de violência em território estrangeiro. Ela visitou o Espaço da Mulher Brasileira (Emub), localizado no Consulado-Geral do Brasil em Boston, nos Estados Unidos, onde conheceu projetos que têm por objetivo retirar as moradoras da região de situações de agressão que ocorrem dentro de casa.
Damares Alves registrou que pretende manter e investir em melhorar o diálogo entre o Emub e a comunidade local. Segundo levantamento do Consulado brasileiro, aproximadamente 30% dos lares dos cerca de 400 mil brasileiros que vivem na região vivenciam situações de violência.
“As pessoas saem do Brasil em busca de novas oportunidades, achando que tudo o que passaram será zerado, mas a realidade que vemos é outra. As agressões seguem as rotinas dos casais ou ocorrem quando a brasileira mantém vínculo com o estrangeiro. Vamos levar esse serviço para que todas tenham um refúgio, tenham onde buscar ajuda em solo estrangeiro. O governo brasileiro tem essa responsabilidade”, explicou a ministra.
Além do acolhimento, encaminhamento a abrigos e serviços de proteção, o Espaço da Mulher em Boston, inaugurado em 2017, tem promovido ações que favorecem o empreendedorismo – como forma de retirar as vítimas da situação de dependência financeira – e envolvido a comunidade no enfrentamento às situações de violência.
“Quero que este serviço funcione em outros escritórios diplomáticos do Brasil pelo mundo. Precisamos levar assistência às mulheres que hoje estão em situação difícil, muitas vezes em países onde não há esse tipo de atendimento a estrangeiras”, finaliza a ministra.
Denúncias
Uma das dificuldades é encorajar as vítimas a denunciar relacionamentos abusivos. Em audiências reservadas com a ministra, algumas relataram que, por viverem em um país estrangeiro, muitas vezes em situação irregular, têm medo de perder a guarda dos filhos e, com isso, preferem não informar os abusos às autoridades. Segundo o Consulado do Brasil, entretanto, nenhuma autoridade de imigração será informada e medidas de proteção serão tomadas para garantir a integridade de mães e filhos do casal.
Para pedir ajuda em território americano, o governo brasileiro disponibilizou o Ligue 180, de atendimento à mulher vítima de violência. Basta ligar 1 800 745 55 21, e teclar a opção 1 para falar em português. A ligação é gratuita de qualquer lugar dos Estados Unidos.
Para a secretária Nacional da Família, Angela Gandra, que compôs a comitiva do Ministério, criar um ambiente comunitário para atendimento aos brasileiros nas embaixadas e consulados pode aumentar a sensação de pertencimento e diminuir a pressão existente nos lares.
“Nosso governo trabalha exatamente com essa perspectiva de fortalecimento dos vínculos afetivos parentais. E esse tipo de serviço pode servir não somente para o diagnóstico, como também para melhorar a vida das famílias brasileiras residentes no exterior. Nosso país não fechou os olhos para eles”, afirma.