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Ministério visita casa de matriz africana para implementar projeto de empreendedorismo em comunidades tradicionais
Na oportunidade foi proposto, ainda, o desenvolvimento de metodologia na área de empreendedorismo nesse segmento de comunidade tradicional que possa ser exemplo para todo o país. Durante a visita, a equipe do Governo Federal conheceu o espaço e o funcionamento do terreiro Ilê Oxum Omolu que, além das questões religiosas, trabalha com diversas ações sociais, como oficinas de capacitação e palestras educativas.
A coordenadora-geral de Políticas para Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, Terreiros e para Povos Ciganos da SNPPIR, Isabel Paredes, afirmou que será um trabalho de valorização do empreendedorismo desses povos tradicionais. “Ninguém vai dizer às comunidades o que fazer. Queremos entender as necessidades de cada local e apoiá-los nas suas aptidões econômicas”, disse.
“Foi muito importante conhecer o valor que uma comunidade de matriz africana pode ter no contexto onde está inserida, como é valorizada pelas demais pessoas e como vai além da questão religiosa”, ressaltou.
Mãe Nilce (Iyá Egbé do Ilê Omolu e Oxum) recebeu a equipe da Secretaria. Ela é coordenadora da Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde e conselheira do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Rio de Janeiro (CEDIM). Esperançosa, ela disse ter ficado muito feliz com a visita da SEPPIR. “Essa visita nos traz muita esperança, a partir dela vamos dar continuidade ao nosso trabalho de empreendedorismo, a esse empoderamento das pessoas que nos procuram, principalmente as mulheres”.
Nilce relatou que “são vários os motivos que levam as pessoas a procurarem um terreiro” e que a função desse espaço “é acolher, escutar e muitas vezes encaminhar e orientar as pessoas que nos procuram”.
De acordo com Nilce, os projetos e cursos da casa Ilê Oxum Omolu conseguem transformar a vida de muita gente. “As pessoas começam a entender que têm direitos, que podem, que são capazes”. Ela completa “a visita da SEPPIR foi como uma luzinha no fim do túnel para muitas pessoas que acreditam e que estão aguardando esse trabalho”.
Parceria
Responsável por projetos de cooperação internacional do MMFDH, a servidora Michele Ledur acompanhou a agenda, “Aideia é que esse projeto de fato diminua a questão da discriminação, porque ao divulgar você desmistifica ideias errôneas que as pessoas têm em relação às casas de matriz africana”, considerou.
Também estiveram presentes representantes do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e da Superintendência de Igualdade Racial do Estado do Rio de Janeiro.
“Há um campo de conhecimento e de práticas consolidados. É um sinal que a iniciativa piloto terá, de fato, potencial para ser replicada em outras localidades e casas de matriz africana. Assim teremos sucesso no objetivo do projeto que é o desenvolvimento sustentável dos povos e comunidades negras tradicionais”, observou a oficial de Gênero e Raça do PNUD no Brasil, Ismália Afonso.
A iniciativa
A equipe da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SNPPIR/MMFDH) segue no Rio de Janeiro até a próxima quarta-feira (26), quando se reúne com potenciais parceiros para implementação do projeto. Essa ação faz parte de um projeto de cooperação entre a SNPPIR e o PNUD.
O investimento em empreendedorismo para comunidades de matriz africana está inserido em uma macro iniciativa que visa o fortalecimento do empreendedorismo para povos e comunidades tradicionais. Esse projeto piloto multifocal contemplará ainda mais três segmentos distintos, que são os quilombolas, ciganos e indígenas.