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Governo quer fomentar inclusão digital e capacitação para desenvolvimento do jovem brasileiro, diz ministra
A ministra Damares Alves participou do debate geral da Conferência.
A inclusão e a capacitação para o trabalho e para empreendedorismo digitais são a chave para novas oportunidades de trabalho e renda para público jovem brasileiro. A avaliação é da ministra da Mulher, da Família e os Direitos Humanos, Damares Alves, que discursou este sábado (22) no evento de abertura da Conferência Mundial de Ministros da Juventude – Lisboa +21, na capital portuguesa.
A ministra demonstrou especial preocupação com parte desse público batizada de “nem-nem” – porque que nem estuda, nem trabalha. Segundo pesquisa divulgada pelo IBGE, 15 milhões de jovens brasileiros atualmente estão nesta condição. Para a representante brasileira, os governos devem firmar o compromisso de oferecer caminhos e alternativas aos jovens.
“Para tanto, estamos [nós, do governo brasileiro,] concentrando esforços na capacitação para o empreendedorismo e treinamento na área de tecnologia. Como exemplo, menciono o programa Espaço 4.0, que tem o objetivo de capacitar jovens de comunidades vulneráveis para operar novas tecnologias e, com isso, aumentar as suas chances de inserção no mercado”, destacou Damares Alves, para quem a ocupação e a perspectiva de futuro afastam o jovem do crime e de outros problemas sociais.
Ela afirmou, ainda, que o governo brasileiro tem se dedicado à construção de políticas públicas a jovens antes invisíveis – como indígenas, quilombolas, ribeirinhos e outras comunidades tradicionais.
E conclamou os demais ministros presentes a construírem políticas públicas de prevenção à automutilação e ao suicídio dentro da faixa etária, fenômenos que, de acordo com a ministra, atingem hoje parcela considerável da população. Em abril deste ano, o governo brasileiro lançou a campanha “Acolha a Vida”, de prevenção à violência autoinfligida entre crianças, adolescentes e jovens.
Política brasileira
Além da ministra Damares Alves, participa das discussões a secretária Nacional da Juventude, Jayana Nicareta, que defendeu uma maior participação de jovens na política e a adoção de políticas de inclusão em comunidades vulneráveis.
A secretária lembra que o Brasil chegou ao seu ápice no número de jovens, com 50 milhões de representantes entre a nossa população, e afirmou que, mantido o panorama atual, de envelhecimento gradativo da nação, o atual número de jovens tende a diminuir.
“Para nós isso representa um desafio, mas acima de tudo uma oportunidade para que esta seja a geração da mudança, da participação comunitária e na construção, não somente de uma nação, mas de um mundo cada vez mais conectado e tolerante com as diferenças, ao mesmo tempo em que preserva e enaltece a própria cultura”, afirma.
O evento
A Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude 2019 e o Fórum da Juventude "Lisboa+21" volta a Lisboa 21 anos depois de Portugal ter organizado a primeira edição do evento, em 1998.
À época, na Declaração final, ministros e demais líderes mundiais presentes comprometeram-se a trabalhar com a juventude num conjunto de políticas e programas que fossem ao encontro das preocupações dos jovens e melhorassem as suas vidas.
Estes compromissos cobriam as áreas prioritárias do setor, tal como definido no Programa Mundial de Ação para a Juventude, adotado em 1995 pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
Agora, os Estados são chamados a intensificar os seus compromissos para integrar a perspectiva da Juventude na implementação da Agenda 2030, que resultará uma Declaração renovada sobre Políticas e Programas de Juventude (Lisboa+21), no quadro da Agenda 2030.
Nos três dias de evento, que vai até segunda-feira, estarão em debate temas emergentes, entre os quais o desenvolvimento sustentável e o desenvolvimento de habilidades num mundo de inovação.