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Damares Alves defende liberdade religiosa em encontro nos EUA
Foto: Otávio Guilherme - TV Florida USA
“Estamos em 2019. Não dá mais para aceitar a perseguição de uma pessoa por causa de sua crença. É como se estivéssemos 500 mil anos atrasados”, lamentou. Damares disse, ainda, que foi vítima de perseguição religiosa por ser pastora e ministra, por isso reforça a liberdade de crença.
Sobre religiões de matriz africana, a ministra destacou o grande trabalho da Pasta. “Eu já fui para porta de terreiros proteger o espaço. Do mesmo jeito que eu não quero o meu templo violado, eu não quero que os deles sejam”. Para ela, é necessário e de extrema importância ter garantido a liberdade da fé, da expressão e do culto. “Precisamos combater as violências. As comunidades de terreiros estão no meu ministério, por quem eu tenho um grande amor e carinho”, disse.
Questionada sobre a importância das Capelanias, Damares acredita que “é feito, no Brasil inteiro, um trabalho extraordinário”. Ela afirmou, ainda, que quem está no hospital ou em um presídio sabe muito bem da importância de um capelão. A Capelania é conhecida como um serviço de assistência espiritual para o atendimento das necessidades dos que estão em situação de vulnerabilidade.
Agenda
A gestora cumpre uma série de agendas nos Estados Unidos durante a semana, para estreitar o diálogo e ouvir as demandas da comunidade brasileira residente.
Números
Segundo o Pew Research Center, centro de pesquisas com sede em Washington, quase 70% da população mundial vive em países com severas restrições estatais e hostilidades sociais à liberdade religiosa. O centro analisou estas restrições em políticas de Estado em 198 países e territórios, assim como as hostilidades contra indivíduos, organizações e grupos sociais.
Disque 100
Oferecido pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), o Disque 100 (Disque Direitos Humanos) registrou 506 casos de intolerância religiosa no ano 2018. Entre os segmentos mais atingidos estão umbanda, com 72 denúncias, candomblé com 47, testemunhas de Jeová, com 31, matrizes africanas, com 28 e outros segmentos evangélicos, com 23.
O secretário nacional de Proteção Global da pasta, Sérgio Queiroz, ressalta a liberdade religiosa é um princípio assegurado na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. Segundo ele, o documento é a garantia de que todas as pessoas podem, também, defender a sua crença e proferir publicamente as suas convicções religiosas ou não religiosas.
Mulheres no exterior
Ao final do encontro, a ministra também falou da dificuldade de capacitação para mulheres que vivem no exterior. “Estamos fazendo, no Espaço da Mulher, em Boston, a capacitação de mulheres para o mercado de trabalho e para o empreendedorismo. Também temos, em nosso Consulado, a fomentação de cursos profissionalizantes”, destacou a titular do ministério.
Segundo ela, existem muitas mulheres que moram no exterior que poderiam empreender mais, mas não o fazem porque não conhecem o mecanismo local. “É por isso que estamos aqui. Se essa for a necessidade, investiremos nas mulheres da Flórida para que elas possam se qualificar naquilo que elas se propõem a fazer”, finalizou.