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Ministra Damares Alves debate cooperação com a Unesco
Foto: Luiz Alves - Ascom.
A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, reuniu-se nesta segunda-feira (7) com a diretora e representante da Unesco no Brasil (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), Marlova Noleto. A pauta do encontro foi a cooperação, a partir de agora, entre as duas instituições.
Na audiência, a ministra falou sobre a sua preocupação com relação à situação de crianças abusadas no país, dados esses alarmantes conforme relatório da CPI dos Maus-Tratos do Senado Federal, instalada em 2017.
“O relatório daquele colegiado mostrou que chegamos ao caos do caos. A CPI apontou que 65% das crianças abusadas são por alguém da própria família e 95% por alguém que a família conhece. Então, o fortalecimento da família é o projeto ideal, mas a família muitas vezes se omite. É conivente”, lamentou a ministra Damares. Ela relatou ainda que o número de bebês e crianças com deficiência abusados é uma triste realidade.
“Na CPI da Pedofilia a gente identificou um número grande de abusos de bebês, isso é assustador. Nos últimos cinco anos é como se tivesse crescido em mil por cento a violência sexual contra essas crianças indefesas”, disse a ministra.
Na avaliação da diretora e representante da Unesco no Brasil, Marlova Noleto, os fatos relatados pela ministra “são perturbadores”. Para a dirigente, vivemos uma época de conivência, uma tolerância muito grande com os abusos. “A gente vê que o Brasil tem um problema de valores e talvez isso seja o mais grave hoje, que se traduz em muitas crises. Crise de valores. Noto que muitas famílias terceirizam a educação dos filhos e isso muitas vezes acaba mal”.
Marlova Noleto ilustrou que é de família judia e para os judeus a base de tudo é a família. “Queríamos lhe escutar e ver que tipo de cooperação podemos vivenciar. Hoje o Ministério é muito forte, vejo que o presidente Jair Bolsonaro o reforçou com a inclusão da Juventude. O Brasil possui hoje uma população grande de jovens, nesse sentido criou-se uma janela demográfica e é preciso fazer frente ao trabalho com os jovens”, disse.
Ela citou ainda que é grande o contingente de jovens brasileiros que não concluem o ensino médio e formam uma população denominada os “nem nem”, que são os jovens que nem trabalham e nem estudam, que necessitam de uma atenção especial.