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Ministério entra em campo em jogo do Brasileirão para pedir fim da violência contra a mulher
Tolerância zero com a violência doméstica. Este foi o recado apresentado pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Diretos Humanos (MMFDH) em ação realizada no campo do jogo Palmeiras e Flamengo, neste domingo (1º), em São Paulo, pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro, numa parceria com o time paulista e com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Antes da bola rolar no Allianz Parque, duas mulheres, uma indígena e outra cigana, entraram com cartaz e camisetas com a mensagem “Violência Contra a Mulher: Tolerância Zero”, indicando o Ligue 180 para denúncias. Cada uma delas levou em mãos um cartão vermelho para simbolizar a expulsão das agressões das relações afetivas.
No intervalo do jogo, outras duas promotoras participaram da ação e foram aplaudidas pelos cerca de 22 mil torcedores que foram ao estádio. As imagens também foram exibidas no telão e nas placas publicitárias da arena.
“O aumento no número de assassinatos de mulheres por motivos banais, como o fim do relacionamento, é um imenso e complexo desafio para todos nós. Por isso viemos a campo pedir paz não somente nos estádios, mas também em casa. A torcida e a diretoria do Palmeiras estão de parabéns por apoiarem a iniciativa. Queremos trazer o público do futebol para essa nossa luta”, explica a ministra Damares Alves, que esteve presente ao estádio.
A ação faz parte dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher. De 25 de novembro a 10 de dezembro, o Ministério realiza encontros, workshops, seminários e campanhas alusivas à temática. Na última semana, o governo lançou a campanha #vctemvoz para incentivar denúncias de agressão.
Além da promoção de direitos, o Ministério articula a participação de categorias profissionais no enfrentamento ao problema. O programa Salve Uma Mulher começa este mês a capacitação de 340 mil agentes de saúde para que estes estejam habilitados a identificar as situações de agressão e orientar as vítimas a procurarem a rede de proteção.
Ainda no próximo ano serão treinados carteiros, defensores públicos e profissionais de beleza. O Conselho Federal de Medicina também sinalizou que pretende aderir às iniciativas do Ministério. O objetivo é criar um “exército” de defensores de mulheres com pelo menos 4 milhões de pessoas envolvidas.
Em outras frentes, o programa Qualifica Mulher, a ser implementado no início de 2020, vai capacitar para que as vítimas saiam da dependência financeira de agressores. E o Maria da Penha vai à Escola levará palestras sobre respeito mútuo e a legislação de proteção à mulher às unidades de ensino públicas e privadas.
“É preciso trazer toda a sociedade. Por isso, parcerias com os clubes de futebol e de todos os esportes são tão importantes e estratégicas. Precisamos colocar o assunto em pauta, para que seja discutido também entre os amigos e famílias essa questão. Somente assim começaremos a reverter esse quadro”, diz a secretária Nacional de Políticas para Mulheres, Cristiane Britto.
Dias de ativismo
Nos dias 2 e 3 de dezembro, a SNPM reunirá representantes dos Organismos Governamentais de Políticas para as Mulheres de todo o país, com o intuito de dialogar sobre feminicídio e políticas públicas. A programação segue para Maceió/AL, onde serão realizadas a 1ª Conferência Nacional das Patrulhas e Rondas Maria da Penha e a primeira oficina do programa Salve uma Mulher voltada para as marisqueiras, nos dias 5, 6 e 7 de dezembro.
De volta à Brasília, a temática será “violência contra a mulher na internet”. Em parceria com a Universidade de Brasília (UNB), no dia 9 de dezembro, a SNPM realizará o Seminário “Programando uma nova vida: práticas de prevenção à violência online contra a mulher”. As ações dos 21 Dias de Ativismo serão encerradas no Palácio do Planalto com a assinatura de um decreto que institui o Programa “Abrace o Marajó”, cujo foco é o combate à violência contra mulheres e crianças.
Durante todo o período da campanha, as redes sociais da SNPM vão oferecer informações sobre a rede de enfrentamento e explicar questões como feminicídio e o ciclo da violência.