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Brasília ganha monumento histórico com Declaração Universal dos Direitos Humanos
Quem passar pela Galeria dos Estados a partir desta quinta-feira ( 22) vai se deparar com um painel de grande dimensão, com cerca de 100 metros quadrados, próximo à escada rolante que dá acesso ao metrô e à escada que leva ao Setor Comercial Sul (SCS). Será impossível ficar indiferente à obra em cerâmica (azulejos) pintada por alunos de escolas do Distrito Federal com os 30 artigos ilustrados da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), que completa 70 anos no dia 10 de dezembro.
O painel foi inaugurado nesta quinta-feira e faz parte das comemorações dos 70 anos da DUDH. À frente da inciativa está o Ministério dos Direitos Humanos (MDH), em parceria com o Governo do Distrito Federal (GDF), com o apoio da Associação Inscrire, da UNESCO, PNUD e várias embaixadas.. A obra de arte monumental, denominada “O Caminho dos Direitos Humanos” foi elaborada com a participação de cerca de 700 alunos das escolas Gisno, da Asa Norte e do Centro Educacional Ceilândia 11. O projeto foi executado pela Diretoria de Promoção e Educação em Direitos Humanos (DPEDH), da Secretaria Nacional de Cidadania do MDH.
Inauguração - Ao representar o Ministro dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha na inauguração, o Secretário Executivo da pasta, Marcelo Varella, elogiou o monumento e falou da sua torcida para que o “Caminho dos Direitos Humanos” vire ponto de referência para o acesso ao Setor Comercial Sul. “Suba no caminho dos direitos humanos para chegar ao SCS”, ilustrou. O secretário manifestou ainda expectativa de que a obra ajude a construir uma sociedade melhor, diante de tantos desafios ainda existentes no Brasil na questão dos direitos humanitários.
“ Gosto muito do artigo 1 da Declaração Universal que fala sobre liberdade. Mas muitos são os desafios em torno dele. Para termos liberdade precisamos de dinheiro e renda, de educação, e saúde”, disse. Citou o secretário a importância da fraternidade em um país que ainda precisa aprender o respeito ao próximo. E falou da importância da igualdade, num país de desiguais .
Já o Secretário de Cidadania do MDH, Herbert Barros, reforçou que o painel foi construído a partir do processo de educação em direitos humanos com estudantes de duas escolas grandes do DF, o Gisno e o CEDI 11. “Envolvemos quase mil estudantes num processo de educação e direitos humanos focados na DUDH que faz 70 anos. A partir desse processo eles fizeram esses desenhos que foram escolhidos em concurso para compor esses três painéis. Essas crianças vão replicar o conhecimento em direitos humanos e o valor deles para elas”, disse. As duas escolas também ganharam um painel com a mesma temática.
A Diretora de Promoção e Educação em Direitos Humanos da Secretaria Nacional de Cidadania do MDH, Juciara Rodrigues, vê na obra um legado maravilhoso para a população de Brasília. “Para nós, a coisa mais importante foi o envolvimento de mais de 700 alunos no projeto. Eles estudaram a declaração, num processo que não poderia acontecer sem a participação das escolas e professores e que vai ficar para sempre para a cidade”, comemorou.
Cláusulas pétreas - O governador de Brasília (GDF) agradeceu ao Ministério dos Direitos Humanos a iniciativa. “Agradecemos por nos trazer esta obra repleta de simbolismo para a capital do país. Os artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos são cláusulas pétreas da humanidade”.
Rodrigo Coelho de Bragança, professor do Cedi 11, na Ceilândia, conduziu os trabalhos a partir de agosto, e destaca a oficina realizada com professores e alunos para aprofundar o conhecimento sobre os direitos humanos. “Na medida em que os desenhos eram feitos o trabalho ficava mais lúdico e a as crianças começaram a pensar nos artigos, a refletir sobre seus direitos e a transforma-los em arte”.
Rita Anderaos, uma das representantes da Associação Inscrire, lembrou que o Metrô de São Paulo tem uma obra semelhante promove os direitos humanos. “A associação é referência mundial na criação artístico-pedagógico urbano na área dos direitos humanos. Foi fundada em Paris, nos anos noventa, pela artista plástica Françoise Schein, que idealizou a obra”.
A aluna Giúlia Sampaio de Medeiros discursou na ocasião e emocionou a plateia. “O projeto foi de grande importância para nós e nossa escola porque conhecemos direitos que não imaginávamos ter. Por exemplo, o importante papel da mulher. Uma mudança de atitude vai acontecer quando todos conhecerem os direitos humanos”, finalizou.