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Equipes do MDH e CEMDP concluem trabalhos de análise de resultados da expedição à região do Araguaia
O Ministério dos Direitos Humanos (MDH) e a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) fizeram expedição à região do Araguaia, no Pará, para trabalhos de escavação e oitiva de testemunhas sobre ossada que poderia ser de um dos desaparecidos políticos com envolvimento na Guerrilha do Araguaia. A missão ocorreu entre os dias 16 e 20 de julho.
Após os trabalhos de escavação, reconhecimento e georreferenciamento, a equipe não encontrou a suposta ossada, cuja localização havia sido estimada com base em depoimento do proprietário de um imóvel na região. A equipe fez um balanço dos trabalhos, concluindo que a missão foi fundamental para uma conclusão definitiva desta hipótese, além de dar uma resposta ao Ministério Público Federal em Marabá (PA) e dar foco em outros pontos nas próximas expedições.
“Além da escavação, a equipe fez oitivas de testemunhas e coletou informações que vão ser importantes para determinar os próximos passos deste trabalho, como definir pontos que podem ser objeto de escavações futuras”, afirma o ministro dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha.
Na ocasião, foram realizadas também audiências com o Presidente da Câmara de Vereadores da cidade de Marabá e com a Comissão de Direitos Humanos da casa legislativa, para discutir o plano de tombamento da Casa Azul, imóvel onde hoje funciona o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), mas que foi reconhecidamente utilizado como centro de tortura a perseguidos políticos nos anos iniciais da década de 1970. A equipe do MDH, junto a familiares de desaparecidos políticos que participaram da expedição, visitou o local e constatou que a edificação que servia de local de repressão encontra-se em estado precário de conservação.
O Secretário Nacional de Cidadania, Herbert Borges, ressaltou a urgência de que medidas visando a recuperação e memorialização desse sítio sejam tomadas pela União: “É necessário que avancemos, junto aos demais órgãos competentes, como a Secretaria de Patrimônio da União e pastas responsáveis pela preservação do patrimônio histórico, como o IPHAN, com estudos para o tombamento e transformação da Casa Azul em local de memória. Essa é uma agenda prioritária”.