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Seminário discute o ciclo da violência contra a mulher
O Seminário “O Ciclo da Violência: da agressão verbal ao feminicídio” foi realizado na última quinta-feira (06), em Brasília. Realizado pelo Ministério dos Direitos Humanos (MDH), por meio da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres (SNPM), o evento ocorreu no dia do Laço Branco, integrando as ações do MDH durante os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da violência contra a Mulher.
Durante o encontro foram abordadas as principais causas da violência contra a mulher, considerando os aspectos jurídicos e culturais. Estiveram presentes representantes da Câmara dos Deputados, Ministério Público, Delegacia da Mulher, Tribunal de Justiça, Ministério da Justiça e ONU Mulheres. A atividade contou também com a presença de dois homens conhecidos pela defesa das mulheres, o Juiz Ben-Hur Viza e o promotor Fausto Lima.
A abertura do seminário foi realizada pela secretária nacional de Políticas para Mulheres do MDH, Andreza Colatto, que destacou a importância de interromper o ciclo da violência e promover a disseminação de informações sobre os direitos das mulheres. Ela reforçou, ainda, a importância de políticas públicas como o Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher, o Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Doméstica e o Sistema Nacional de Políticas para as Mulheres (SINAPOM).
Presente na mesa de abertura, a procuradora da Mulher da Câmara dos Deputados, Gorete Pereira, ressaltou os nove projetos de lei aprovados pela Casa Legislativa durante os 16 dias de ativismo. A deputada destacou a necessidade de ampliar o número de mulheres na política, para que a pauta consiga o apoio necessário na aprovação de leis e recursos para promoção das políticas públicas para mulheres.
Representando o ministro da Justiça, apoiador do Seminário, Ivânia Ghesti destacou a importância do tema escolhido e a inserção do Ministério da Justiça no processo de enfrentamento à violência contra as mulheres.
A mesa técnica foi iniciada com a apresentação da analista de políticas sociais da SNPM, Marcy Figueiredo, que explicou o ciclo da violência, além de detalhar dados do Ligue 180 e o conceito de feminicídio. Na sequência, a apresentação ficou por conta da gerente de programas da ONU Mulheres, Caroline Ferracini, que destacou os números da violência e as políticas adotadas no Brasil.
A programação seguiu com as palavras da delegada e professora, Sandra Melo, que explicou como funciona o atendimento nas delegacias do Distrito Federal (DF) e os avanços observados após a criação da lei Maria da Penha.
O promotor Fausto Lima trouxe ao público pontos chaves de casos de feminicídios emblemáticos, com citações da imprensa e até mesmo manifestações de representantes da lei com cunho misógino. Ele ressaltou a naturalização da violência, o sentimento de posse, as chamadas idas e vindas, além de apresentar dicas de leituras disponíveis no site do MPDFT, como a cartilha “Homem: ser e/ou não ser” e “Direitos e obrigações dos Homens no Enfrentamento à Violência Doméstica”.
As palestras foram encerradas pelo juiz Ben-Hur Viza, que apresentou um pouco da realidade observada pelo Judiciário, destacando o programa Justiça pela Paz em Casa e a cultura machista.
Laço Branco – A data, mais conhecida como o dia do Laço Branco, remete a um evento ocorrido em 1989, em Montreal, no Canadá, quando Marc Lepine, de 25 anos, invadiu uma sala de aula da Escola Politécnica. Ele ordenou que os homens se retirassem e começou a atirar, assassinando 14 mulheres. O rapaz suicidou-se em seguida. Marc deixou uma carta justificando o ato: não suportava a ideia de ver mulheres estudando engenharia, um curso tradicionalmente masculino.