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Nota pesar - Maria Stella de Azevedo (Mãe Stella de Oxossi)
Em 1976, aos 51 anos, Mãe Stella de Oxóssi tornou-se a quinta ialorixá a liderar o tradicional terreiro Ilê Axé Apô Afonjá (Foto: Ascom/MinC)
O Ministério dos Direitos Humanos manifesta profundo pesar pelo falecimento da senhora Maria Stella de Azevedo, 93 anos, mais conhecida como Mãe Stella de Oxossi, ocorrido nessa quinta-feira (27), na cidade de Santo Antônio de Jesus (BA).
A ialorixá era o pilar do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, considerada uma das mais importantes personalidades das religiões de matriz africana no Brasil com aproximadamente 80 anos de iniciação no sacerdócio do Candomblé.
“É com profunda tristeza que recebemos a notícia do falecimento de Mãe Stella. Referência de ancestralidade para toda coletividade afro-religiosa brasileira. Mulher, negra, mãe, exemplo de luta social de enfrentamento ao racismo, de gênero e pelo livre exercício das religiões de matriz africana. Ela que nos representou nos espaços sociais e políticos, sem deixar o fundamento de sua sabedoria, a autoridade, simplicidade e doçura do seu ojá e inteligência de seu caráter das letras. Perda irreparável”, Secretário Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Juvenal Araújo.
A líder religiosa tem nove livros publicados, entre eles: “Meu tempo é agora”, “Òsósi – O Caçador de Alegrias”, “Epé Laiyé- terra viva” e "Ófun".
Em 2001 ganhou o prêmio jornalístico Estadão na condição de fomentadora de cultura, foi articulista da página de Opinião do Jornal A Tarde. Em 2009, recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade do Estado da Bahia. É detentora da comenda Maria Quitéria (Prefeitura do Salvador), Ordem do Cavaleiro (Governo da Bahia) e da comenda do Ministério da Cultura. Em 2010, recebeu uma placa pelo centenário do terreiro Ilê Opô Afonjá, no Plenário da Câmara de Salvador, Bahia, dentre outras premiações.