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DIA MUNDIAL DO SOLO
Dia Mundial do Solo: A agricultura familiar como base da sustentabilidade e da vida no campo
Foto: Arquivo pessoal de Cintia Boldrini dos Santos, agricultora familiar de Córrego Jacutinga, em Linhares (ES).
O Dia Mundial do Solo, celebrado em 5 de dezembro, convida à reflexão sobre a importância desse recurso vital. Para o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), o solo vai muito além de um suporte para o cultivo – ele é a fundação da segurança alimentar, da sustentabilidade ambiental e do bem-estar das gerações futuras. É na agricultura familiar que o solo encontra seus maiores defensores, aqueles que, com práticas sustentáveis e respeito à terra, garantem sua saúde e produtividade.
Segundo Vanderley Ziger, secretário de Agricultura Familiar e Agroecologia do MDA, preservar o solo significa proteger a segurança alimentar, a biodiversidade e o futuro da agricultura familiar. Ele destaca que o MDA atua com programas de assistência técnica e financiamento, como o edital "Da Terra à Mesa", que incentiva a transição agroecológica e promove práticas de manejo sustentável. “O solo é um recurso vital, e capacitar as agricultoras e os agricultores familiares no uso de tecnologias para protegê-lo e recuperá-lo é essencial para garantir o equilíbrio ambiental e a produção de alimentos por gerações”, explica Ziger.
Para Marenilson Batista, diretor do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural do MDA, o solo é o ponto de partida de toda a cadeia produtiva. “Cuidar do solo é cuidar dos cultivos, é cuidar das criações. O solo é a base de tudo. Para que as plantas cresçam, para que possam fornecer alimento para os animais”, ressalta. Ele reforça a importância de ações de preservação. “Neste Dia Mundial do Solo, é fundamental cuidar bem, fazer com que os nossos extensionistas rurais possam orientar de forma correta, para que o solo sirva hoje para a produção de alimentos, mas também para as gerações futuras e por muitos e muitos anos”, conclui.
Cuidar do solo é cuidar do futuro
A experiência prática dos agricultores familiares reforça o papel transformador que um manejo adequado pode ter na produtividade e na preservação do solo. Cintia Boldrini dos Santos, agricultora familiar de Córrego Jacutinga, em Linhares (ES), está começando uma plantação de cacau e compartilha como o cuidado com a terra mudou sua perspectiva. "Minha experiência com o solo e com o manejo correto eu aprendi ao longo do tempo. Antes, mesmo morando na terra, não produzíamos nela como fazemos hoje. Durante a pandemia, começamos a investir mais, a cuidar do solo, a fazer plantios corretos. Esse manejo eficiente garante uma boa produtividade agora e preserva a fertilidade para o futuro", conta Cintia.
Ela destaca como a conservação do solo é essencial para o equilíbrio ambiental. "A preservação do solo reduz a contaminação de poluentes, assegura a alimentação para as próximas gerações e contribui para um meio ambiente mais saudável. Uma terra saudável produz alimentos saudáveis, e isso traz benefícios para tudo: para o humor, o funcionamento do corpo, a qualidade de vida. Tudo muda quando cuidamos do solo".
Agricultura familiar como guardiã do solo
A agricultura familiar, com suas práticas agroecológicas, está na linha de frente da preservação dos recursos naturais. Iniciativas como rotação de culturas, adubação orgânica e manejo integrado são estratégias que não apenas garantem a fertilidade do solo, mas também promovem a sustentabilidade e a regeneração ambiental.
O trabalho do MDA destaca a necessidade de políticas públicas que conectem o conhecimento tradicional das agricultoras e dos agricultores familiares com a inovação tecnológica. Essa integração pode potencializar o uso sustentável do solo, aumentando sua capacidade de regeneração e de armazenamento de carbono, contribuindo diretamente para o combate às mudanças climáticas e para a redução da desigualdade no campo.