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G20 SOCIAL
MDA realiza seminário para debater papel da agricultura familiar nos desafios globais urgentes, como parte da programação do G20 Social
Divulgação MDA
O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) está protagonizando uma agenda estratégica no G20 Social, que está acontecendo no Rio de Janeiro. Pela primeira vez na história do G20, a cúpula social precede a reunião oficial, reunindo representantes de organizações da sociedade civil do Brasil e do mundo.
Promovido pelo MDA, o seminário "Políticas Públicas para a Agricultura Familiar: Futuros Sustentáveis – O Papel da Agricultura Familiar no Combate à Fome, à Pobreza e às Mudanças Climáticas", acontece ao longo de todo o dia de hoje (14/11) e conta com a participação de lideranças da sociedade civil global. Este encontro é um marco no G20 Social, que vai discutir soluções para desafios globais urgentes.
O seminário tem como foco principal a importância da agricultura familiar no enfrentamento da fome, da pobreza e das emergências climáticas. As políticas públicas voltadas para a agricultura familiar são vistas como fundamentais na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, e desempenham papel central na agenda do Grupo de Trabalho (GT) da Agricultura, tema que será debatido pelos líderes das 20 maiores economias do mundo durante a cúpula.
Na abertura do seminário, a ministra do MDA em exercício, Fernanda Machiaveli, ressaltou que não é possível enfrentar os desafios do nosso tempo sem reconhecer que a agricultura familiar é um pilar essencial na transformação dos sistemas alimentares. “É a agricultura familiar que produz alimentos saudáveis e diversificados, que precisam chegar às mesas das famílias, tanto no Brasil quanto no mundo. Além disso, é a agricultura familiar que gera trabalho e renda no campo, para uma grande diversidade de agricultores. No entanto, muitos países ainda enfrentam escassez de insumos para produção, como água e solo, que estão cada vez mais impactados pelas mudanças climáticas. A escassez desses recursos básicos torna a produção ainda mais desafiadora", afirmou Fernanda Machiaveli.
Vânia Marques, da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), esteve ao lado da ministra e destacou a relevância do tema. "A agricultura familiar tem um enorme potencial, tanto para superar a fome quanto para contribuir com a mitigação da crise climática. A agricultura familiar brasileira ocupa a 8ª posição na produção de alimentos no mundo. E não se trata de qualquer tipo de alimento, mas de alimentos saudáveis, baseados em práticas agroecológicas. Em um contexto de avanço do agronegócio e de desterritorialização das nossas comunidades, é essencial garantir que a agricultura familiar seja sustentável", afirmou.
Combate à Fome e à Pobreza
A principal contribuição do Brasil durante a presidência do G20 é a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma coalizão internacional que pretende unir esforços globais para combater a fome e a pobreza. Durante o seminário, todos os participantes concordaram que a agricultura familiar é um componente fundamental nessa luta.
Gilvan Santos, representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), ressaltou a importância de levar esse debate para um espaço internacional. "O debate sobre a crise climática e a fome, que antes era discutido principalmente em universidades e fóruns acadêmicos, agora está sendo absorvido pela classe trabalhadora. Somos os maiores afetados por essa crise. Portanto, é fundamental que compreendamos a profundidade do problema para que possamos lutar por soluções reais e urgentes", disse.
O seminário conta com a participação de movimentos campesinos, organizações de reforma agrária e comunidades tradicionais, enriquecendo as discussões com perspectivas diversas e complementares.
A ministra Fernanda Machiaveli destacou a importância de garantir visibilidade e protagonismo aos povos envolvidos na produção alimentar. "Nosso esforço aqui na agricultura familiar é trazer à tona os sujeitos que estão por trás da produção dos alimentos: homens, mulheres, jovens, povos indígenas e comunidades quilombolas. Esses grupos precisam ser reconhecidos e devem ter um papel de destaque nas políticas públicas", afirmou.
Ao longo do dia, os participantes irão aprofundar os três eixos principais do G20: a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, o enfrentamento das Mudanças Climáticas e a reforma da governança global. O seminário tem como objetivo contribuir diretamente para a elaboração da declaração final do G20 Social, que será entregue aos líderes do G20 durante a cúpula oficial, programada para os dias 18 e 19 de novembro.