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RECURSOS HÍDRICOS
Oficina de Irrigação com Energia Solar para a Agricultura Familiar
O Departamento de Avaliação, Monitoramento, Estudos e Informações Estratégicas, ligado à Secretaria Executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), e a Secretaria de Governança Fundiária, Desenvolvimento Territorial e Socioambiental, estiveram à frente da organização da Oficina de Irrigação com Energia Solar para a Agricultura Familiar que, em formato online, aconteceu durante toda a última quinta-feira (12/9. O evento teve como objetivo promover a troca de experiências e gerar conhecimento para a formulação de políticas públicas sobre o tema.
A gestão de recursos hídricos é um elemento cada vez mais estratégico no Brasil e no mundo para a construção de sistemas alimentares mais saudáveis, sustentáveis e inclusivos, em um contexto de intensas mudanças climáticas. Secas e estiagens se tornarão mais frequentes e será preciso ir além e construir novos instrumentos e políticas públicas que ampliem a segurança hídrica na produção e evitem perdas – ou, pelo menos, as minimizem.
Saber captar e manejar água de forma sustentável para produção de alimentos será cada vez mais chave para construção de resiliência climática e segurança alimentar no Brasil. O que muda com o uso de painéis solares como fonte de energia para irrigar? Quais as possibilidades que se abrem para a agricultura familiar, quando energia solar e irrigação se conectam? Existe aí uma oportunidade? O que pode dar errado e o que precisa ser feito para isso funcionar? Essas são perguntas que motivaram o MDA na organização dessa Oficina.
A Secretária-Executiva do MDA, Fernanda Machiavelli, que participou da mesa de abertura, ressaltou que é fundamental “achar um caminho para dar acesso à água para produção de alimentos para agricultores que estão em territórios que a água só está disponível por meio de irrigação. Compreendendo que diante das mudanças climáticas os programas de irrigação com energia solar ganham uma dimensão maior”.
Apresentaram experiências: Codevasf, Embrapa, Instituto Nacional do Semi Árido (INSA), Instituto Federal do Maranhão (IFMA), Superintendência do MDA/GO, Governo do Estado do Rio Grande do Norte, Crédito Fundiário e o Projeto Energia das Mulheres da Terra. Além disso, estiveram presentes representantes do Incra, das diversas secretarias do MDA, das Superintendências Regionais, do Ministério do Desenvolvimento Regional e de organizações da sociedade civil, totalizando 62 participantes de diversas partes do país.
Durante a Oficina foram debatidas diversas técnicas de irrigação utilizando energia solar, os custos, as formas de assistência técnica, os cultivos inseridos, as áreas irrigáveis, as especificidades regionais, a quantidade de famílias contempladas dentro dos diversos projetos apresentados, bem como as principais lições aprendidas pelas instituições.
Algumas falas relevantes:
“Entender que um projeto (de irrigação com energia solar) necessita de parcerias em todo o caminho para que se consolide e para que seja efetivo. Importante pensar em um arranjo institucional coeso e robusto” (Codevasf).
“Colocar as mulheres como líderes da experiência dos projetos se constitui em fator fundamental para o desenvolvimento do processo” (IFMA).
“A irrigação com energia solar pode contribuir sobremaneira em substituir a monocultura para uma agrofloresta com diversidade e de base agroecológica” (Superintendência MDA/GO).
“O sistema agroecológico diminui o uso de água, da necessidade de água, além de melhorar a qualidade do solo. Assim, pensar a irrigação com uso de energia solar em um sistema de base agroecológica é uma combinação sustentável e acessível ao agricultor familiar” (Superintendência MDA/GO).
“Quem começa a fazer a irrigação com energia solar não quer voltar para outra forma de uso de energia para irrigação” (Crédito Fundiário).
“É necessário que sejam difundidas a ideia e o conceito da energia solar para as empresas, para que se ampliem os projetos de irrigação” (Crédito Fundiário).