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Sucesso de vendas e público na Expointer, Pavilhão da Agricultura Familiar premia melhores produtos expostos
O Pavilhão da Agricultura Familiar (PAF) da Expointer é um palco vibrante que há 25 anos celebra a riqueza da agricultura familiar no Rio Grande do Sul. Espaço mais visitado na feira, o PAF se tornou um verdadeiro símbolo da produção local e, há 12 anos, realiza uma premiação especial que valoriza os melhores produtos da agricultura familiar do estado, abrangendo categorias como salame tipo italiano, linguiça de carne suína defumada, cachaça prata, vinho tinto de mesa, suco de uva integral, mel, queijo colonial, doce de leite e melado.
A premiação é um reconhecimento merecido aos produtores que, com dedicação e tradição, contribuem para a riqueza e diversidade da nossa cultura alimentar. Os vencedores deste ano não são apenas nomes, mas histórias de dedicação, inovação e amor pelo que fazem. Cada prêmio é uma vitória pessoal e familiar que reflete o impacto profundo que a agricultura familiar tem na economia local e na preservação da cultura regional.
Doce de leite
Roberto de Oliveira, do município de Estrela, é um exemplo brilhante de como a tradição familiar e a inovação podem se entrelaçar para criar produtos de alta qualidade. Desde 1997, Roberto, sua esposa, o sogro e os filhos trabalham com laticínios, mas foi em 2021 que lançaram o doce de leite Estrelat.
Conhecidos pelas estampas de vaquinhas que usam no chapéu, sapatos e acessórios, além da decoração do estande, rapidamente se destacaram. “A ideia das vaquinhas, que minha esposa teve, realmente ajudou a criar uma identidade para nosso produto,” conta Roberto.
Com identidade visual e uma abordagem única, eles ganharam o prêmio de melhor doce de leite em 2023 e 2024, mostrando que a dedicação e o carinho são essenciais para o sucesso. Sua história ilustra como a agricultura familiar não é apenas uma atividade econômica, mas também um legado cultural que valoriza a autenticidade e a tradição.
Salame
Bicampeão na categoria Salame tipo italiano, Douglas Augusto Dalla Vecchia, de Aratiba, demonstra como a agricultura familiar pode prosperar através de práticas tradicionais e dedicação. Com uma trajetória de 15 anos na produção de salames e outros embutidos, Douglas e sua família têm mostrado consistência e paixão pelo que fazem. O salame tipo italiano, premiado por dois anos consecutivos, é um testemunho da qualidade e do compromisso da família com a tradição. "É uma grande satisfação participar dessa feira e, melhor ainda, repetir o feito do ano passado”, comemora Douglas, que participa da feira há 12 anos.
Queijo colonial
Zair Ferrari, do município de Carlos Barbosa, é um veterano no Pavilhão da Agricultura Familiar. Começou sua jornada no mundo do queijo há 33 anos e, desde 2003, participa da feira. Na primeira edição da premiação, Zair ganhou o primeiro lugar com seu queijo colonial. De lá para cá, nesses 12 anos de premiação, já foi campeão cinco vezes.
O agricultor sempre acessou as políticas públicas do Governo Federal para a Agricultura Familiar. Com recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) ele construiu sua fábrica de laticínios e adquiriu maquinários próprios para a produção de queijos.
Sua trajetória evoluiu de uma prática informal para uma empresa reconhecida, após muitos cursos e a formalização do negócio. “A experiência adquirida ao longo dos anos, aliada ao aprendizado contínuo, fez toda a diferença,” afirma Zair, demonstrando persistência e paixão pela produção de queijo. Sua história ilustra como a agricultura familiar pode evoluir e se adaptar, mantendo vivas as tradições culturais.
Mel
Vânia Darski, do município de Mariana Pimentel, teve sua estreia na feira, aos 67 anos, de forma surpreendente ao conquistar o primeiro lugar com seu mel. Iniciando a produção em 2005, Vânia não esperava alcançar tal reconhecimento e, de fato, quase não participou da competição. “Foi uma grande surpresa e um reconhecimento do nosso esforço,” afirma Vânia. Ela e seu marido, únicos produtores do mel, celebram não apenas a qualidade do produto, mas também a dedicação que colocam em cada etapa da produção.
Vinho tinto de mesa
Após um período desafiador para a agricultura familiar, depois das enchentes ocorridas em maio deste ano, Ademir Carrini e sua família, de Cacique Doble, conseguiram manter a qualidade de seu vinho tinto de mesa e ganharam o primeiro lugar na categoria pelo segundo ano consecutivo. “Apesar das dificuldades, o trabalho em equipe e a dedicação garantiram um produto de qualidade,” conta Ademir.
Sua história é um exemplo de como a agricultura familiar do Rio Grande do Sul é resiliente, e como a paixão e o trabalho árduo podem superar até mesmo os maiores desafios. “Perdemos cerca de 40% da nossa produção de uva devido às enchentes. No entanto, mesmo com as dificuldades, conseguimos manter a qualidade do nosso produto,” ressalta Ademir. A premiação reflete o trabalho árduo da família e a dedicação às uvas desde 1992.
Exemplo de trajetória marcada pela continuidade familiar, Ademir conta que, embora cada membro da família tenha funções específicas na propriedade, desde a elaboração até a logística e vendas, todos colaboram em conjunto para o sucesso do empreendimento. O trabalho em equipe mantém viva a tradição e garante a qualidade do vinho. Nosso pai sempre nos proporcionou as condições necessárias para que nosso projeto prosperasse. Ele nos transmitiu seus ensinamentos e conhecimentos para que pudéssemos continuar no campo e garantir uma fonte de renda estável. Nunca fomos para a cidade e nunca tivemos carteira de trabalho. Sempre estivemos envolvidos no negócio da família”, conta Alessandro, um dos filhos de Ademir. “A nossa intenção é permanecer no campo e continuar trabalhando todos juntos”, completa.
Tradição e sustentabilidade
Cada um desses vencedores é um exemplo de como a agricultura familiar contribui para a economia local, preserva e celebra a cultura regional. Suas histórias mostram que por trás de cada prêmio há uma jornada de esforço, paixão e compromisso com a qualidade, refletindo a verdadeira essência da agricultura familiar. Cada história representa um elo crucial na corrente que valoriza a agricultura familiar e a cultura do Rio Grande do Sul, transformando paixão e trabalho árduo em sucesso celebrado por todos.
A agricultura familiar vai além das plantações de verduras e frutas. Ela abrange a agroindústria que produz laticínios, bolos, biscoitos, sucos, salames, vinhos, mel, linguiças e diversos outros produtos. Esta diversificação aumenta o valor agregado dos produtos, fortalece a economia local, preserva tradições e promove a sustentabilidade. Nas agroindústrias, a agricultura familiar demonstra sua versatilidade e importância, criando produtos de alta qualidade que atendem a um mercado cada vez mais exigente, que valoriza o trabalho feito com carinho e dedicação.