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PROJETO GIR LEITEIRO
Parceria do MDA com MST e UFSCAR busca desenvolvimento genético de produtores de leite para assentados da reforma agrária
Crédito: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
O programa Gir Leiteiro, lançado nesta sexta-feira (19/07), no Assentamento Gleba XV de Novembro, no município de Euclides da Cunha Paulista (SP), tem a proposta inovadora de melhorar o desenvolvimento genético para aumentar a produtividade dos produtores de leite assentados da Reforma Agrária. O projeto está sendo desenvolvido por meio de parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR).
Na prática, a iniciativa tem como base o melhoramento genético do gado leiteiro por meio das transferências de embriões, o fortalecimento da sustentabilidade e competitividade do setor e o oferecimento de cursos de formação para técnicos veterinários locais. Já em funcionamento, em caráter de projeto-piloto em três regiões - Região do Pontal (SP), Andradina (SP) e Zona da Mata (MG) - o trabalho tem expectativa de ser expandida para outras áreas do país, informam os parceiros.
Para o MDA, o projeto se baseia no fato de o Brasil ser o terceiro maior produtor de leite do mundo, com a concentração, principalmente, de pequenos e médios produtores. O projeto Gir Leiteiro foi criado pelo presidente da Associação Brasileira de Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL), Evandro Guimarães, com o propósito de melhorar o gado de leite e sua produção em termos de qualidade e produtividade, por meio da melhoria do desenvolvimento genético.
Sustentabilidade e competitividade
A partir da parceria que está sendo formalizada, as ações que englobam o projeto também promovem o fortalecimento da sustentabilidade e a competitividade do setor, bem como o incentivo à inclusão social e econômica dos pequenos produtores, destacando o compromisso do Brasil com a inovação e a excelência na agropecuária.
De acordo com técnicos do MDA, as vantagens do gado Gir leiteiro para os assentados da reforma agrária são, entre outras: a alta produção de leite, a adaptabilidade a diversos ambientes e a eficiência alimentar. Em relação à alta produção de leite, as fêmeas da raça têm uma capacidade produtiva capaz de fornecer quantidade significativa de leite de alta qualidade, o que faz com que a criação desse gado seja altamente lucrativa para os assentados da reforma agrária.
No tocante à adaptabilidade, esta é uma das características principais da raça, conhecida por resistir bem a climas quentes e úmidos, o que a torna um gado leiteiro ideal para regiões tropicais e subtropicais. E no quesito eficiência alimentar, o Gir leiteiro é reconhecido por sua capacidade de converter alimentos em leite de forma eficiente. Significa dizer que, em comparação a outras raças de gado, requer menos alimentação para produzir a mesma quantidade de leite, fator crucial para os assentados, por contribuir para a redução dos custos de produção.
Facilidades de manejo e valor genético
Também se destaca como característica positiva deste tipo de gado a resistência a doenças, tornando a raça menos suscetível a muitas enfermidades, reduzindo a necessidade de intervenções veterinárias e medicamentosas, resultando em economia de custos para os assentados da reforma agrária.
Outros pontos muito elogiados neste gado são facilidades de manejo e valor genético. Quanto ao manejo, o Gir leiteiro é conhecido por seu temperamento dócil, característica que torna a administração do gado mais segura e menos estressante tanto para os animais quanto para os criadores, que facilita o processo de ordenha e outras atividades de manejo diárias.
Em relação ao valor genético, a raça é reconhecida por sua linhagem genética superior, que pode ser aproveitada para melhorar o rebanho de gado leiteiro em geral. Criadores podem utilizar touros Gir leiteiro, por exemplo, para cruzamentos seletivos, com o objetivo de melhorar a produtividade e a qualidade do leite de seus rebanhos.