Duas décadas de diálogo: A evolução da agricultura familiar no Mercosul

Entre os dias 18 e 20 de junho, o Paraguai foi palco da 40ª Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar (REAF/Mercosul). O evento é um espaço crucial de diálogo político participativo que reúne governos, organizações de agricultores familiares e instituições internacionais para promover debates, intercâmbio e aprendizado mútuo sobre políticas públicas voltadas para a Agricultura Familiar nos países do bloco.

A 40ª REAF marcou a comemoração de 20 anos de diálogo político regional que resultou na criação e aprofundamento de uma ampla gama de políticas específicas para agricultores familiares, povos indígenas, comunidades tradicionais, mulheres e jovens no Mercosul Ampliado.

A abertura do evento, que ocorreu na Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Nacional de Assunção (FCA-UNA), contou com a presença do presidente da República do Paraguai, Santiago Peña Palacios. Em seu discurso, ele destacou o “Projeto Fome Zero nas Escolas”, que visa universalizar o acesso dos alunos paraguaios à alimentação escolar, comprando pelo menos 10% dos alimentos da Agricultura Familiar. Este programa paraguaio se alinha a outras iniciativas de compras públicas de alimentos da Agricultura Familiar na região, inspiradas nos programas brasileiros de Aquisição de Alimentos (PAA) e de Alimentação Escolar (PNAE), frutos dos intercâmbios de experiências promovidos pela REAF.

Além disso, uma semana antes, o presidente uruguaio Luis Lacalle Pou destacou a Agricultura Familiar ao lançar o Plano Nacional do Uruguai no contexto da Década das Nações Unidas para a Agricultura Familiar (2019-2028).

Durante os três dias do evento, painéis e oficinas abordaram desafios recentes e temas da agenda de desenvolvimento rural e políticas públicas no Mercosul. Houve também uma exposição de produtos da Agricultura Familiar. Participaram delegações dos Estados Partes do Mercosul - Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai - e dos Estados Associados - Chile e Colômbia.

A delegação brasileira incluiu representantes de movimentos sociais, organizações da Agricultura Familiar e entidades governamentais como o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB).