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BRASIL NO G20
Brasil propõe sessões regulares sobre Agricultura Familiar no G20
Trabalhamos agora para que todo ano, no G20, exista uma sessão temática focada nas políticas públicas e no papel da agricultura familiar. Somos nós, o Brasil, promovendo uma discussão sobre a transformação de uma produção agrícola mais sustentável que garanta alimentos para todas as famílias brasileiras e do mundo inteiro”. Fernanda Machiaveli, Secretária Executiva do MDA
Encerrados os trabalhos de mais uma etapa na preparação para a reunião da cúpula do Grupo dos 20, principal fórum de cooperação econômica internacional, que acontecerá em novembro, no Rio de Janeiro. Um dos destaques desse segundo dia de encontro foi a proposição feita pelo Brasil para o Grupo de Trabalho sobre Agricultura: a intenção de convocar uma sessão dedicada de um dia à Agricultura Familiar, paralelamente a uma das reuniões regulares do GT.
“Trabalhamos agora para que todo ano, no G20, exista uma sessão temática focada nas políticas públicas e no papel da agricultura familiar. Somos nós, o Brasil, promovendo uma discussão sobre a transformação de uma produção agrícola mais sustentável que garanta alimentos para todas as famílias brasileiras e do mundo inteiro”, declarou a secretária executiva do MDA, Fernanda Machiaveli.
Ao longo de todo o encontro, a agricultura familiar foi trazida como fundamental na proteção da biodiversidade, no enfrentamento às mudanças climáticas e na produção de alimentos saudáveis para enfrentar a fome e a pobreza. "O lema do Brasil no G20 é construindo um mundo justo e um planeta sustentável", enfatizou a secretária executiva. Machiaveli ressaltou que a agricultura familiar desempenha um papel essencial nesse objetivo. Com mais de 550 milhões de propriedades rurais em todo o mundo, a agricultura familiar é responsável por mais de 80% da produção de alimentos, ao mesmo tempo em que cerca de 70% da população em extrema pobreza reside em áreas rurais.
Teve notoriedade o papel dos agricultores familiares, povos indígenas, povos e comunidades tradicionais, mulheres rurais e juventude para fortalecer as políticas e promover o desenvolvimento rural sustentável. Durante a reunião, foram alcançados consensos sobre a necessidade de aumentar o acesso à mecanização e tecnologia agrícola, visando produzir mais alimentos saudáveis sem expandir a área agricultável. Além disso, foi destacada a importância de desenvolver a agricultura de forma sustentável, preservando as florestas e fortalecendo as populações locais que nelas habitam.
Grupo de Trabalho de Agricultura do G20
O G20 desempenha um papel importante na definição e no reforço da arquitetura e da governança mundiais em todas as grandes questões econômicas internacionais. O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) concluíram as atividades do grupo, que esteve reunido nos dias 29 e 30 de abril na sede do G20, em Brasília, com debates sobre segurança alimentar, agricultura familiar, combate à fome e urgências climáticas. Os encontros contaram com a participação de delegações de 50 países, representantes de organismos internacionais e autoridades brasileiras.
No primeiro dia, o ministro Paulo Teixeira, do MDA, destacou o papel dos agricultores familiares no combate à fome, à pobreza e às mudanças climáticas, temas centrais da presidência brasileira do G20. Ele afirma que a agricultura familiar é decisiva para a produção de alimentos e para os sistemas agroalimentares sustentáveis, mais focados em uma produção ecológica e no cuidado com o meio ambiente.
“O Brasil é um país importante para agricultura no mundo, é um grande exportador de grãos como soja e milho, de proteínas de origem animal. O desafio é contribuir para uma alimentação adequada para todos. Por isso, o nosso grande objetivo é colaborar com a Aliança Global contra a Fome e com a superação da pobreza no campo. Portanto, as políticas públicas apresentadas hoje visam acelerar a produção e proporcionar o acesso de alimentos no Brasil e no mundo”, disse.
Para Roberto Perosa, Secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), é crucial também pensar na comercialização dos produtos.
“Estamos visitando diversos países na intenção de possibilitar a abertura de novos mercados tanto para as commodities quanto para os produtos dos pequenos proprietários rurais. A gente quer que os produtos cheguem aos mais diferentes locais e com isso promover um comércio justo. Além de dar oportunidade aos pequenos produtores de ter acesso ao mercado remuneratório internacional”, afirmou o secretário.