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46ª Expointer - Esteio/RS
Pavilhão da Agricultura Familiar chega à 25ª edição com forte investimento do MDA
Neste sábado (26), autoridades e expositores se reuniram para dar início às atividades do 25º Pavilhão da Agricultura Familiar (PAF) na 46ª Expointer. A maior feira agropecuária a céu aberto da América Latina, que ocorre até 3 de setembro, no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio, Rio Grande do Sul.
O PAF, um dos espaços mais procurados do evento, chega à sua 25ª edição com recorde de expositores. São 372 empreendimentos selecionados, um aumento de 10% em relação à 2022, oriundos de 174 municípios, distribuídos em 338 estandes e sete cozinhas que oferecem opções de alimentação no local.
Neste ano, os jovens agricultores estão à frente de 87 empreendimentos e as mulheres comandam outros 148.
Os 7 mil metros quadrados de área, com toda a infraestrutura, foi apoiada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), e está presente, através de seus representantes, em uma extensa agenda durante toda a programação.
No espaço, os visitantes encontram opções em embutidos, defumados, laticínios, pães, cucas e biscoitos, doces, geleias, mel, erva-mate, derivados da cana-de-açúcar (como rapaduras e caldo), farinhas, vinhos, espumantes, cachaças, sucos, temperos, frutas desidratadas, ovos, licores, erva-mate, grãos e cervejas artesanais, entre outros produtos, como artesanato rural e indígena, além de plantas e flores.
O PAF é organizado por uma comissão composta pelo MDA, Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado do Rio Grande do Sul (SDR/RS), Emater/RS-Ascar, Furg, Fetraf/RS, Fetag/RS e Via Campesina.
História de perseverança
As falas de abertura, todas de acolhimento e enaltecendo o trabalho realizado por mais de quatro meses para colocar a estrutura de pé e organizada, aqueceram a manhã gelada, emoldurada por um sol de inverno, cenário típico do estado.
“O Ministério do Desenvolvimento Agrário está de volta, e em uma data especial, os 25 anos do pavilhão. Esse lugar foi fruto da teimosia e perseverança do visionário Olívio Dutra, ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro das Cidades do Governo Lula, que, em 1999, lutou para que 30 famílias de agricultores estivessem aqui, mesmo embaixo de uma lona improvisada no chão batido, lugar esse que hoje se transformou na maior feira da agricultura familiar no país”, ressaltou em sua fala o coordenador do Escritório do MDA no RS, Milton Bernardes.
Também estiveram presentes o titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul (SDR), Ronaldo Santini, e a presidente da Diretoria Executiva da Emater-RS/Ascar, Mara Helena Saafeld.
Estreia e acolhimento
Os irmãos Gabriel e Caroline Scherner Zanotto, 27 e 31 anos, estão fazendo sua estreia no Pavilhão da Agricultura Familiar. Eles vieram da Capital Nacional da Agroecologia, Ipê, para lançar a Erva-mate Gerações, a nova marca do produto que a família industrializa e comercializa há mais de 20 anos. Há quatro gerações, os Zanotto cultivam a matéria-prima. O manejo do erval é feito no sistema agroflorestal e o produto tem os selos de certificação orgânica e de extrativismo sustentável. O foco no PAF está em fazer novos contatos, além, claro, da venda para os visitantes.
“A gente volta a ser valorizado com o retorno do MDA, porque sabemos que há uma esfera que vai nos trazer programas sociais, buscar recursos. Nos sentimos amparados enquanto estamos lá no interior, produzindo, pois sabemos que tem alguém olhando por nós. Uma prova disso é este espaço tão importante, que estamos presentes por conta do subsídio para hospedagem, transporte e alimentação”, diz Gabriel.
Os queijos Federici já são conhecidos do pavilhão há quatro edições, graças às parcerias entre cooperativas de pequenos produtores. Mas a família que os agroindustrializa está pela primeira vez presencialmente no evento. Glaucia Brum de Deus, 43, e o filho Victor de Deus Federici, 21, da Linha Estancado Baixo, município de Sarandi, região Norte do Estado, se diziam felizes e impressionados com a largada de comercialização. Para o estande, trouxeram uma grande variedade de produtos, entre eles queijos premiados recentemente em evento da Emater/Ascar. A produção é feita com energia limpa, com a eletricidade e o maquinário da propriedade funcionando com energia fotovoltaica. A transição de rações industriais para uma alimentação mais natural, com pastagem não-convencional, são uma preocupação crescente de Glaucia e a saúde de quem consome.
Sobre o suporte do MDA ao evento, ela comenta: “O apoio que a gente tem do Ministério do Desenvolvimento Agrário é muito importante porque nos motiva a continuar, sabendo que o trabalho que feito por nós está sendo valorizado tanto pelos consumidores como também por quem está comandando, um investimento que a gente tem a certeza que não vai parar por aí, só vai melhorar”.
Para Odari Justin, 59, e a neta, Amanda, 19, da Cantinho da Natureza, de Itati, região Sul do RS, a evolução do pavilhão impressiona. Ele esteve entre os 30 primeiros expositores do espaço, em 1999. E diz que de lá para cá muita coisa evoluiu, como o respeito pelos agricultores familiares, destacando que, neste ano, as melhorias ganham disparado da edição anterior. Cita como exemplo a estrutura dos banheiros para quem, como ele, dorme em um motorhome. Amanda comemora a diminuição das filas para tomar banho e reforça os elogios do avô. “Agora está tudo melhor, com a água do chuveiro bem quentinha”. Para eles, uma demonstração clara da presença e investimento do MDA na organização do PAF.
Confira a programação do MDA no 25º Pavilhão da Agricultura Familiar
Fotos: Murilo Martins e Daiton Lima
Jornalista: Anahi Fros