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Máquinas para a agricultura familiar
Governo Federal dá início a reformulação do programa Mais Alimentos
Encontro reuniu governo, empresa públicas, movimentos sociais, universidades, instituições financeiras e representantes da indústria
Um pacto para a retomada da política de incentivo à produção e ao acesso a máquinas específicas para as agricultoras e agricultores familiares começou a ser desenhado nesta quarta-feira (10), em Brasília. O evento reuniu os ministérios do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), empresas públicas, movimentos sociais, universidades, instituições financeiras e representantes da indústria nacional de máquinas e implementos agrícolas.
Com o encontro, o Governo Federal marca o início da reformulação do programa Mais Alimentos, que tem como objetivo a aumentar a produção de alimentos no Brasil, estimular a indústria nacional, diminuir a penosidade do trabalho no campo e facilitar o acesso às máquinas e implementos para a agricultura familiar, especialmente para as mulheres e jovens rurais.
O ministro do MDA, Paulo Teixeira, explicou que o objetivo do encontro foi dar início a um novo ciclo de estímulos à produção da indústria nacional e de financiamentos de máquinas voltadas para a agricultura familiar. “Nós queremos colocar na mesa do presidente Lula um programa de financiamento para máquinas agrícolas de pequeno porte, que é a retomada do Programa Mais Alimentos, o Brasil pode investir para a agricultura familiar, mas também para outro país exportar”, afirmou.
A ministra do MCTI, Luciana Santos, elogiou o MDA pela iniciativa de unir os diversos atores dos setores públicos e privados e da sociedade em torno da temática e, ainda, afirmou que a política não será de apenas um ministério, mas, sim, de um grande esforço de todo o governo federal para colocá-la em prática.
Representando o ministro Geraldo Alckmin, o secretário-executivo do MDIC, Márcio Elias Rosa, afirmou que essa política é “absolutamente” essencial, não apenas para agricultura familiar e para o setor produtivo, mas também para o desenvolvimento social e econômico do país. “A neoindustrialização do país passa pela sustentabilidade social e ambiental, pela inovação científica e tecnológica e pelo processo inclusivo, não deixa ninguém para trás”, pontuou.
A secretária-executiva do MDA, Fernanda Machiaveli, elencou que os principais desafios postos são ampliar a produção de máquinas e aumentar a capacidade produtiva da agricultura familiar. Como encaminhamento da reunião, será criado um grupo técnico de trabalho para elaboração de uma proposta de cooperação técnica para viabilizar a retomada da política.
A presidenta da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Silvia Maria Fonseca Massruhá, afirmou que a Embrapa está à disposição para contribuir com compartilhamento de conhecimento e tecnologias.
Durante o evento, fizeram apresentações sobre a temática o secretário do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar do Rio Grande do Norte, Coordenador da Câmara Temática da Agricultura Familiar do Consórcio Nordeste, Alexandre Lima; o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas - CSMIA, Pedro Estevão Bastos de Oliveira; e o diretor nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile.
O vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), João Carlos Marchesan, recebeu a proposta com entusiasmo e destacou a importância da política se tornar política de estado, para não haver risco de descontinuidade novamente.
Falaram ainda pelos movimentos sociais o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), Aristides Santos, e a coordenadora-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Josana Lima.
Também participaram do debate representantes do Bndes, Banco do Brasil Banco do Nordeste, Banco da Amazônia, Finep e universidades.