Condraf participa de elaboração de Plano Clima para enfrentamento à crise climática com foco na defesa da Agricultura Familiar

A Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf) participou, nesta terça (20/08), da oficina que está construindo o Plano Clima do governo federal, um documento que vai nortear a atuação do governo até 2035. O evento ocorre na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), em Brasília, até 21 de agosto.

O objetivo do Condraf nesse processo é trazer as perspectivas e impactos que a agricultura familiar tem sofrido devido às mudanças climáticas, como perda de produção, dificuldade no acesso à terra, migrações e deslocamentos forçados, dentre outros. Por isso, neste momento o debate está segmentado na criação do Plano Setorial da Agricultura Familiar para o Plano Clima.

De acordo com Samuel de Carvalho, secretário executivo do Condraf, o conselho reúne uma diversidade grande de segmentos envolvidos com a agricultura familiar, como Mulheres, Juventudes, Quilombolas, Povos Indígenas, Extrativistas, entidades de Assistência Técnica, de Cooperativismo, dentre outros. Segundo ele, é esse olhar plural que está sendo proposto na elaboração do Plano Clima. 

Pauta Prioritária

“Essa pauta foi eleita como prioritária no nosso conselho, tanto que criamos o  Comitê Permanente de Emergência Climática, Segurança Hídrica, Energias Renováveis e Soberania Energética, além do debate sobre todos os impactos relacionados à infraestrutura no rural. Há também ONGs e organismos internacionais no nosso comitê, como o Fundo Mundial para a Natureza (WWF Brasil) e o Greenpeace Brasil”, explica, evidenciando a força do espaço participativo.

A coordenadora nacional de Juventude Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Maria Eduarda Vasconcelos, também participa das atividades. “A classe trabalhadora é quem mais se prejudica. A questão climática não é necessariamente um tema do governo. É um tema do povo. Esse plano precisa chegar aos territórios para atender as mulheres, juventudes, quilombolas”, disse. A Assessoria de Participação Social e Diversidade do MDA também esteve presente na oficina.

Saiba mais

A elaboração do Plano Clima é conduzida, desde o final de 2023, pelo Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), integrado por representantes de 22 ministérios, pela Rede Clima e pelo Fórum Brasileiro de Mudança do Clima. Seu processo de construção conta com ampla participação da sociedade. Até 26 de agosto, o Plano Clima recebe contribuições da população por meio da plataforma Brasil Participativo.

O Plano Clima terá dois pilares. O primeiro é a Estratégia Nacional de Mitigação, para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, cuja alta concentração na atmosfera provoca o aquecimento global. O segundo é a Estratégia Nacional de Adaptação para diminuir a vulnerabilidade de cidades e ambientes naturais às mudanças do clima e garantir melhores condições de o país enfrentar os eventos climáticos extremos. 

Comunicação Condraf