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INFORME Nº 18 – REDE COVID-19 HUMANIDADES MCTI
A Rede Vírus MCTI comunica que a Rede Covid-19 Humanidades MCTI, liderada pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em colaboração com a Fiocruz, o InCT Brasil Plural - UFSC, a UnB, a Unicamp, a FGV, a UFRN e a UNIPAMPA, tem desenvolvido pesquisas qualitativas sobre os impactos sociais da pandemia de Covid-19 no Brasil.
A Rede Covid-19 Humanidades MCTI tem trabalhado nos processos de internacionalização da pesquisa sobre os impactos sociais da pandemia no Brasil e a produção de parcerias estrangeiras com projetos de natureza similiar, com vistas a produção de análises comparativas, trocas de experiências de pesquisa e de conhecimento produzido e cooperações diversas, incluindo a construção de novos projetos bilaterais.
Para tanto, ao longo do primeiro semestre de desenvolvimento do projeto “A Covid-19 no Brasil 2: análise e resposta aos impactos sociais da imunização, tratamento, práticas e ambientes de cuidado e recuperação de afetados”, foram realizadas missões de trabalho para pesquisa documental em acervos locais; reuniões de pesquisa com coordenadores de projetos e equipes de trabalho; aulas abertas, seminários e conferências com apresentação dos resultados de pesquisa e; visita a estruturas de pesquisa no University College London (Inglaterra), na Organização Mundial de Saúde e na University of Zurich (Suíça), na Vrije Universiteit Amsterdam, na Amsterdam University College e na University of Groningen (Holanda), na Université de Sherbrooke e na Université de Québec à Montréal (Canadá), e na Brown University e na Harvard University (Estados Unidos). O que chamou a atenção nestas missões de trabalho foi o interesse em projetos de cooperação voltados para o futuro do planeta, a partir do entendimento comum de que crises sociais, ambientais e sanitárias não são eventos isolados e que a Covid-19 é mais uma manifestação evidente disto. A interseção entre os debates sobre a pandemia e o que se tem chamado de Antropoceno deram a tônica dos trabalhos, concordando que a prevenção contra novos desastres desta natureza passa para uma profunda revisão dos impactos das atividades antropogênicas nas ecologias locais, nos ecossistemas globais incluindo o debate sobre saúde e doença com maior robustez na agenda climática internacional.
A Rede Covid-19 Humanidades MCTI também participou de eventos científicos internacionais. Em Portugal, ela se fez presente no no VIII Congresso da Associação Portuguesa de Antropologia (APA) em Évora, com a apresentação de um trabalho inédito sobre a indicação de medicamentos sem eficácia comprovada na pandemia de Covid-19, por profissionais de saúde em Santa Catarina. A comunicação abordou o contexto que tornou possível a recomendação por profissionais médicos dos medicamentos do “kit Covid”: ivermectina (antiparasitário), cloroquina (antimalárico também usado para tratar artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico), hidroxicloroquina (mesmos usos da cloroquina, somando ainda o tratamento de dermatomiosite e polimiosite), nitazoxanida (antiparasitário), azitromicina (antibiótico), sulfato de zinco (suplemento mineral) e vitamina D, entre outros. Já em Singapura, a Rede Covid-19 Humanidades MCTI participou da abertura da Global Health Security (GHS2022), que pela primeira vez neste evento, se configurou como uma mesa de conferências focada nas questões de gênero e no papel das mulheres na saúde global e emergências sanitárias. Para 2023, são projetadas novas missões internacionais para países como Argentina, Estados Unidos e China.
Os resultados parciais das pesquisas conduzidas pela Rede Covid-19 Humanidades MCTI têm sido publicadas em artigos de periódicos nacionais e internacionais, capítulos de livro e em notas técnicas. Todas as publicações estão reunidas no website www.ufrgs.br/redecovid19humanidades e podem ser acessadas abertamente.