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Informe Técnico - CâmaraPox/RedeVírus MCTI – nº03/2022
Após o registro de casos de infecção pelo monkeypox vírus, em vários países ao redor do mundo, em maio de 2022, a RedeVírus MCTI constituiu, em caráter consultivo, na quinta-feira (19/5/22), uma Câmara Técnica Temporária de pesquisa denominada CâmaraPox MCTI.
Embora não haja registros de casos no Brasil, a constituição da CâmaraPox tem por objetivo acompanhar os desdobramentos e a possível chegada do vírus ao Brasil, antecipando possíveis ações necessárias no campo da pesquisa, desenvolvimento e inovações (PD&I).
Considerando esse cenário, em reunião emergencial da RedeVírus MCTI, convocada para 24/05/2022 pelo Secretário de Pesquisa e Formação Científica (SEPEF/MCTI), Dr. Marcelo Morales, os pesquisadores membros da Rede e demais convidados, incluindo membros do Ministério da Saúde, debateram as estratégias para abordagem científica do problema, tendo sido definidas como prioritárias as seguintes ações de PD&I propostas pelos membros da Câmara Pox-MCTI:
EM RELAÇÃO AO VÍRUS E SUA BIOLOGIA:
- Obtenção de isolados de monkeypox vírus em laboratórios com nível de biossegurança NB3 e posterior distribuição para os laboratórios da RedeVírus MCTI após inativação;
- Desenvolvimento de testes de neutralização simplificados ou mais rápidos que possam ser úteis para a avaliação de possíveis fármacos antivirais e candidatos vacinais;
- Realização de estudos da sensibilidade de isolados brasileiros de monkeypox vírus aos antivirais existentes (reposicionamento, excluindo os antivirais já aprovados ou descritos para poxvirus) ou novos;
- Estabelecimento e montagem de banco semente vacinal, para uso em atividades de PD&I, com a amostra MVA-BN ou outros candidatos vacinais contra monkeypox vírus e outros ortopoxvírus no Brasil;
- Ações de PD&I Vigilância para monkeypox vírus em hospedeiros não-humanos.
EM RELAÇÃO AO DIAGNÓSTICO :
- Definição de protocolos de diagnósticos por PCR para que a RedeVírus-MCTI possa dar suporte no monitoramento do monkeypox vírus e oferecer apoio diagnóstico ao SUS, quando necessário.
- PD&I para o desenvolvimento de plataformas de diagnóstico diferencial rápido, incluindo diagnóstico molecular, sorológico e de captura de antígeno.
EM RELAÇÃO AO ACOMPANHAMENTO CLÍNICO :
- Fomentar projetos de PD&I para avaliação do status sorológico da população brasileira, em especial para avaliação da presença de anticorpos neutralizantes contra ortopoxvírus;
- Ações de PD&I para o rápido desenvolvimento de antivirais e estabelecimento de protocolos de tratamento clínico.
EM RELAÇÃO À EPIDEMIOLOGIA DA INFECÇÃO:
- Ações de PD&I em Vigilância epidemiológica e genômica para definição de grupos de risco (para infecção e doença grave), rastreamento de cadeias de transmissão do vírus, desde a chegada do vírus no país e sua eventual disseminação no território, visando fornecer informação relevante para estratégias de controle e suporte à decisão sobre o uso de antivirais e vacinas.
- Ações de PD&I para a identificação do espectro de hospedeiros e dispersão do vírus em hospedeiros não-humanos.
AÇÕES ESTRUTURANTES DE LONGO PRAZO:
- Articular com o Ministério da Saúde uma política nacional para fortalecimento da produção nacional de vacinas capaz de atender, em curto espaço de tempo, urgências em saúde pública.