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Debate sobre mercado de carbono destaca relevância dos inventários de emissões
Divulgação ICC Brasil
O SIRENE Organizacionais, desenvolvido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em conjunto com outras instituições especialistas no tema, foi apresentado durante painel, realizado em São Paulo na sexta-feira, (21). Durante o evento foi debatido o papel do mercado de carbono para a transformação da indústria e como a infraestrutura digital pode contribuir para mercados eficientes.
A coordenadora técnica da Quinta Comunicação Nacional e Relatórios Bienais de Transparência do Brasil à Convenção do Clima, Renata Grisoli, relatou como foi o processo de desenvolvimento do SIRENE Organizacionais. A construção se iniciou em 2018, no âmbito do grupo de trabalho do Comitê Técnico da Indústria de Baixo Carbono (CTIBC), e passou por ciclos que definiram o escopo da plataforma. Foram consideradas as experiências nacionais no relato de emissões sobre as informações, os modelos de relato até a construção da solução tecnológica para receber os relatos submetidos de modo voluntário pelas organizações.
“Não é só uma plataforma de TI. Houve um esforço coletivo que engajou os principais atores envolvidos ao longo de todo o processo de construção. Esse é um diferencial importante do SIRENE Organizacionais, pois contou com a participação de grupos relevantes para o tema”, afirmou Grisoli.
A coordenadora afirmou que o processo de desenvolvimento do SIRENE Organizacionais considerou a necessidade de um sistema de relato, mensuração e verificação (MRV) das emissões para um possível mercado regulado de carbono no Brasil. Por isso, a plataforma foi construída de maneira flexível de modo que possa ser ajustada às demandas que forem estabelecidas pela legislação nacional.
“Se forem solicitadas informações sobre categorias isso está posto, mas se for solicitado informações por fonte, podem ser feitas alterações”, exemplificou. “O SIRENE pode contribuir na robustez, na segurança e flexibilidade na parte de MRV das emissões”, avaliou. Os registros de crédito vão demandar outras soluções tecnológicas para Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões.
Para a diretora executiva da ICC Brasil, Gabriella Dorlhiac, organização que promoveu o evento, a infraestrutura digital é fundamental para a eficiência dos mercados de carbono. “Inventários organizacionais e sistemas de relato, mensuração e verificação bem estruturados permitem que as empresas avaliem suas emissões e melhorem sua eficiência operacional, facilitando a inovação e a atração de investimentos em suas jornadas de descarbonização, por exemplo”, avaliou. “Iniciativas como o SIRENE Organizacionais podem, inclusive, ser um importante aliado na curva de aprendizado das empresas em sua preparação para um futuro mercado regulado”, complementou a diretora.
Os especialistas apontam que o mercado regulado de carbono pode contribuir significativamente para o Brasil. Um projeto de lei para regulamentar o tema está em discussão no Congresso Nacional. Os mercados de carbono evoluem junto com a revolução tecnológica. As infraestruturas digitais podem contribuir com diversos desafios existentes, como por exemplo de rastreabilidade, mensurações. O objetivo da sessão foi abordar como esses dois temas se integram e quais os desafios e oportunidades existentes.
O SIRENE Organizacionais abrirá no final do segundo semestre o primeiro ciclo anual para receber os inventários das organizações que desejam submeter voluntariamente. A ferramenta tem sido apresentada para a indústria em reuniões de capacitação técnica em um circuito realizado em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e federações estaduais da indústria. Até o momento foram realizadas reuniões em São Paulo (SP) e Belém (PA).
Quinta Comunicação Nacional e Relatórios Bienais de Transparência do Brasil à Convenção do Clima
É m projeto de cooperação internacional executado pelo MCTI que tem entre suas atribuições a elaboração do Inventário Nacional de Emissões e Remoções da Gases de Efeito Estufa.