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SAÚDE
Biomodelo 3D do CTI Renato Archer é usado em planejamentos cirúrgicos de alta complexidade
Uma ressonância ou tomografia 3D transformada em um arquivo digital, que pode ser impresso e separado em partes. Esse é o passo a passo para que um biomodelo em 3 dimensões seja utilizado no planejamento de cirurgias de alta complexidade. Feito de pó de nylon, o modelo é impresso parte por parte em uma câmara de construção no Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
“O biomodelo é um modelo que representa a anatomia humana, ou uma anatomia de um modo geral, que pode ser também aplicado na área veterinária”, explica o chefe da Divisão de Tecnologias para Produção e Saúde da unidade, Pedro Yoshito Noritomi.
Os modelos produzidos pelo CTI Renato Archer fazem parte do Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Aplicações de Tecnologias 3D na Medicina/Saúde (ProMED), que atua há mais de 20 anos em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS). No caso dos modelos produzidos pelo CTI, todos são destinados à rede pública.
“Quando o biomodelo é mantido em sua forma digital, nós utilizamos um software nacional e criado dentro do centro, chamado InVesalius. Nele, você consegue visualizar o exame, editar e separar cada uma das partes do modelo”, afirma Noritomi. O sistema brasileiro é utilizado em 178 países e traduzido para 17 idiomas.
Para imprimir o biomodelo, um conjunto de equipamentos específicos são utilizados com a técnica de sintetização seletiva por laser (SLS, em inglês), onde a energia gerada pelo laser funde camadas de pós em áreas determinadas para criar uma peça em camadas de 0,1 milímetro. “Com o modelo impresso, o cirurgião pode realmente manusear o modelo, fazer testes e treinar no seu modelo”, continua Noritomi.
Veja o vídeo:
Para desenvolver modelos para a saúde, o CTI adquiriu a primeira impressora 3D do Brasil, em 1997. No total, o biomodelo já foi utilizado em mais de 7 mil planejamentos de cirurgias de alta complexidade, sendo que a maioria foi em operações craniofaciais.
Gêmeas siamesas
A última grande utilização de um biomodelo do CTI ocorreu há duas semanas, quando o material foi usado para planejar a separação de gêmeas siamesas unidas pelo tórax, abdômen, bacia e membros inferiores, além do compartilhamento do fígado. A cirurgia ainda não tem data definida.
Neste caso, o biomodelo foi impresso e será utilizado para a preparação da equipe multidisciplinar de cirurgia, que poderá durar até 18 horas.
Solicitações
Para solicitar um biomodelo, é necessário que o médico envie um email e peça o protocolo do processo. O prazo para a produção é de 10 dias úteis, a depender da complexidade do projeto. Caso seja solicitada a impressão, o modelo é enviado via Correios.