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Educação básica
Curso especializará professores em cultura oceânica e sustentabilidade
Foto: jannoon028 (Freepik)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) em parceria com a Universidade Aberta do Brasil (UAB), oferecerá um curso de especialização em cultura oceânica e sustentabilidade. A formação terá 1.050 vagas voltadas para professores graduados das redes públicas de educação básica, atuantes nos ensinos fundamental e médio. O curso contará com uma carga horária total de 360 horas, com duração de um ano, e terá início no segundo semestre de 2025.
As vagas serão distribuídas entre sete instituições de ensino superior localizadas em quatro regiões do Brasil. Cada uma das cinco instituições-polo ofertará 150 vagas. As universidades participantes incluem:
- Universidade Federal de Alagoas (Ufal);
- Universidade Federal do Pará (UFPA);
- Universidade Federal de Pernambuco (UFPE);
- Universidade Federal do Rio Grande (Furg);
- Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC);
- Universidade Federal de São Paulo (Unifesp);
- Universidade Estadual do Ceará (Uece).
A iniciativa é realizada em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Secirm) e a Unesco.
Desenvolvimento e Objetivos
O curso, ainda em fase de desenvolvimento, está sendo planejado na sede da CAPES, em Brasília. Durante uma reunião realizada em 25 de novembro, o diretor de Educação a Distância da CAPES, Antônio Amorim, destacou a importância da temática do curso, ressaltando sua transversalidade curricular e seu potencial de impacto perene
“Caso seja possível, poderemos fazer iniciação científica nas escolas e, também, algum tipo de material pedagógico que pudesse ficar nos polos para uso, não só nos cursos, mas que possa se tornar um acervo pedagógico. Algo que seja trabalhado também nas licenciaturas oferecidas pela UAB”, disse.
A secretária de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI, Andrea Latgê, afirmou que “MCTI e MEC são indivisíveis”. De acordo com ela, a educação e ciência devem caminhar juntas “Fico muito feliz de a CAPES encabeçar um movimento tão importante. O MCTI vai estar junto o tempo inteiro para contribuir com as políticas de difusão desse curso de participação efetiva na melhoria do cuidado com o mar”, complementou.
Princípios da Cultura Oceânica
A cultura oceânica é fundamentada em sete princípios essenciais:
- A Terra tem um Oceano global e muito diverso.
- O Oceano e a vida marinha têm uma forte influência na dinâmica da Terra.
- O Oceano exerce um papel crucial no clima.
- O Oceano torna a Terra habitável.
- O Oceano abriga uma imensa diversidade de vida e ecossistemas.
- O Oceano e a humanidade estão profundamente interligados.
- Há muito ainda por explorar e descobrir no Oceano.
Atividades Práticas
O secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, contra-almirante Ricardo Jaques Ferreira, sugeriu que a Marinha do Brasil pode alocar navios para que os alunos possam fazer uma saída para o mar. “Assim como se aprende no ensino fundamental a como atravessar a rua, o respeito ao sinal verde, é importantíssimo colocar, por exemplo, a questão do uso do colete e o combate ao escalpelamento na Região Norte”, ressaltou.
O curso está incluído em uma das quatro dimensões de ações previstas para o enfrentamento às mudanças climáticas pelo aperfeiçoamento do conhecimento das relações das pessoas com o oceano: a Educação. Atuar na educação de base é assegurar que, desde crianças, as pessoas estejam cientes de sua relação com o oceano. As outras se darão em Múltiplos sistemas de conhecimento, Comunicação e Conexões culturais.
“É preciso olhar o Oceano que temos, entender a ciência que precisamos para termos o Oceano que queremos”, afirmou o presidente do Grupo de Especialistas em Cultura Oceânica da Unesco, Ronaldo Christofoletti. “A CAPES, ao propor um curso de formação de professores na cultura oceânica, entende seu papel nessa estrutura”, continuou Christofoletti, que também é coordenador do Programa Maré de Ciência, da Unifesp.
Impacto Esperado
Na edição piloto, o objetivo principal será formar professoras/es e aprofundar os conceitos relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e da ciência oceânica na formação continuada deles. A consequência esperada é o aperfeiçoamento do trabalho em sala de aula e na comunidade escolar, com incorporação dos conteúdos às práticas pedagógicas.
Com informações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).