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Mudança climática
MCTI participa de debate sobre projeções de emissões de gases de efeito estufa
Foto: Freepik
A equipe técnica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) participou nesta terça-feira (15) da oficina promovida pela Agência Ambiental dos Estados Unidos (EPA), que debateu a relevância do exercício de projeções de emissões de gases de efeito estufa para a tomada de decisões dos países, especialmente para acelerar a ação climática.
O especialista em transparência do MCTI e assessor técnico do projeto "Quinta Comunicação Nacional e Relatórios Bienais de Transparência do Brasil à Convenção do Clima", Ricardo Araujo, participou do painel sobre experiências bem-sucedidas e desafios no desenvolvimento de projeções. Também participaram o representante do Sistema Nacional de Previsão da Divisão de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente do Chile, Bruno Campos, e o líder de pesquisa do Instituto de Economia e Previsões da Ucrânia, Oleksandr Diachuk.
Araujo explicou como o Brasil tem utilizado o exercício de modelagem de cenários de emissões de GEE no âmbito do Plano Clima Mitigação e afirmou que o trabalho será futuramente reportado no Relatório Bienal de Transparência do Brasil. O esforço de modelagem utiliza o modelo matemático nacional integrado BLUES (acrônimo para Brazilian Land Use and Energy System), que analisa simultaneamente todos os setores da economia. O trabalho é executado pelo laboratório Cenergia da COPPE/UFRJ.
“É importante dizer que este exercício promovido no Brasil está conectado com as metas estipuladas para a NDC para 2025, 2030 e a neutralidade de emissões em 2050. Os resultados desse processo também devem apoiar a tomada de decisões sobre a nova NDC, e para a definição da estratégia nacional de mitigação e dos planos setoriais”, afirmou. Resultados não foram mencionados, pois os cenários estão em avaliação pelo governo.
Araujo destacou que todas as premissas utilizadas, bem como as políticas nacionais mais relevantes adotadas, foram definidas em conjunto com os ministérios envolvidos na construção do Plano. Ao responder sobre as necessidades de capacitação, Araujo destacou que a Estrutura Aprimorada de Transparência requer um esforço contínuo. Um dos principais desafios para o Brasil é a manutenção da equipe técnica. “Mais do que assistência técnica, é necessário manter o suporte para o processo como um todo”, explicou.
Projeções no Relatório de Transparência
A oficina ofereceu uma visão geral sobre a utilização das projeções de emissões de GEE no âmbito da Estrutura de Transparência Aprimorada (ETF) e apresentou modalidades de assistência técnica disponíveis por meio do Acelerador de Transparência do Acordo de Paris, uma iniciativa de capacitação da EPA.
A pesquisadora do Laboratório Nacional do Pacífico Noroeste (PNNL), um dos laboratórios do Departamento de Energia norte-americano, Anastasiia Zagoruichyk, destacou a importância das projeções de GEE para a transparência e relatou lições aprendidas com as projeções existentes, como o horizonte temporal, clareza nas premissas adotadas e na metodologia. Outro aspecto destacado foi a necessidade de arranjos institucionais fortes para prover informações que possam alimentar os modelos. No âmbito internacional, o exercício apoia a construção de confiança para a cooperação.
Ela destacou como benefícios o fornecimento de evidências para a escolha dos melhores caminhos para a ação climática e investimentos seguros, bem como a definição de metas de redução de emissões de GEE. De acordo com os painelistas, o exercício tem potencial para apoiar a construção da NDC 3.0 e fortalecer a transparência com o objetivo de ampliar a cooperação internacional.