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CETENE e Embrapii se unem para otimizar produção de biocombustíveis
Foto: Cetene
Conversando diretamente com o futuro do Brasil e do mundo, o Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), se uniu a Biotec-CETENE, uma unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), organização social da pasta, para otimizar a produção de biocombustíveis.
Juntas e credenciadas desde 2023, as instituições mantêm uma biofábrica, onde há o desenvolvimento de pesquisas e inovação industrial na área de biotecnologia aplicada à micropropagação vegetal, ou seja, a propagação em massa de genótipos selecionados das plantas, com o objetivo de aumentar a produtividade em campo.
Segundo a engenheira agrônoma responsável pelas pesquisas desenvolvidas com cana-de-açúcar e etanol no centro, Bianca Galúcio, é através da micropropagação que o fornecimento de mudas com qualidade genética e fitossanitária em um curto período de tempo, quando comparado a produção convencional de mudas, é desenvolvido.
“A Biofábrica tem estabelecida a técnica de micropropagação em larga escala de cana-de-açúcar, que é uma cultura energética, com capacidade de produção de 1,5 milhão de mudas/ano, com possibilidade de ampliação para 5 milhões de mudas/ano”, explica Galúcio.
Com isso, o trabalho realizado pelas vinculadas, de acordo com a engenheira agrônoma, tem um papel significativo na produção de biocombustíveis e implementação da Lei do Combustível do Futuro. “Nós desempenhamos um papel significativo na implementação da Lei do Combustível do Futuro, uma vez que temos capacidade de fornecer mudas de plantas de cana-de-açúcar e outras culturas energéticas que podem ser utilizadas para a produção de biocombustíveis, como etanol e biodiesel”, afirma.
Sancionada na última semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Lei é composta por uma série de iniciativas que objetivam a promoção da mobilidade sustentável de baixo carbono e a consolidação do país como líder na transição energética global.
Biocombustível e a Biofábrica
Os biocombustíveis são derivados de biomassa residual ou plantada que podem substituir, parcial ou completamente, combustíveis derivados de petróleo em motores a combustão ou em outro tipo de processo de geração de energia.
De acordo com Galúcio, o biocombustível é mais amigável com meio ambiente. “Biocombustível é uma tecnologia mais sustentável e amigável com o meio ambiente por diversos fatores, como: ciclo de carbono neutro - pois as culturas energéticas utilizadas para produzir biocombustíveis absorvem CO₂ da atmosfera quando estão em fase de crescimento e liberam carbono quando utilizadas. Ainda há a menor emissão dos gases do efeito estufa, uso de resíduos e substituição de combustíveis fósseis”, explica a engenheira agrônoma.
Dentro da única biofábrica do MCTI com capacidade tecnológica para o fornecimento de mudas, o coordenador da unidade, James Correia de Melo, lista os destaques vegetais de produção. “Dentre as espécies vegetais temos a cana-de-açúcar para a produção de etanol, lúpulo para a produção de bioprodutos para diversos setores como biocombustíveis, bioinsumos na agricultura, antioxidantes, entre outros”, exemplifica.
Após anos de estudos, o CETENE passou a utilizar novos processos tecnológicos e diversificar as matérias-primas oleaginosas, de maneira a reduzir a dependência da soja. “Atuamos com aprimoramento de processos na produção de biodiesel de óleos vegetais de matérias-primas como as palmeiras (licuri, catolé, macaúba), moringa, guanandi, entre outras oleaginosas disponíveis no Nordeste”, continua Melo.
O coordenador ainda cita outra fonte para produção de biocombustíveis. “A biomassa residuária proveniente da agricultura, como resíduos na produção de banana e coco, é outra possível fonte. A partir desses resíduos, nós desenvolvemos processos para produzir biogás e, posteriormente, purificar o biometano, biocombustível em ascensão no Brasil”, finaliza.
Lei do Combustível do Futuro
Com a Lei, programas nacionais de diesel verde, de combustível sustentável para aviação e de biometano serão criados, além do aumento da mistura de etanol e biodiesel à gasolina e ao diesel, respectivamente.
“Com isso, nós estamos dialogando com a transformação ecológica, com o meio ambiente, na medida em que isso ajuda na economia verde e na descarbonização. É uma matéria que une o Brasil”, afirmou a chefe da pasta, Luciana Santos, durante ato de sanção.
O MCTI tem participação efetiva desde o início do programa, com a Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (SETEC) compondo o comitê técnico da ação. A pasta já lançou cinco editais de subvenção econômica de fluxo contínuo do programa Mais Inovação Brasil.