Notícias
Ministra aponta ciência e inovação como chaves para transição energética
Foto: Lu Rocha
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, participou, nesta segunda-feira (2), da abertura da 13ª edição do Fórum Nordeste, no Recife, que discute os desafios e as oportunidades da transição energética. De acordo com ela, não há saída para o desenvolvimento de energia limpa e para os esforços de descarbonização da economia sem ciência e inovação.
“Esse Fórum tem tudo a ver com o trabalho do ministério, porque não haverá transição energética sem inovação, sem tecnologia, sem colocarmos toda a nossa capacidade instalada, do nosso Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, dos laboratórios que produzem alternativas nas áreas de combustíveis e da produção de energia no Brasil todo”, afirmou.
O evento, promovido pelo Grupo EQM, reuniu executivos das áreas de etanol, biocombustíveis, investidores, comunidade acadêmica e diversas autoridades - a exemplo do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; do ministro da Defesa, José Múcio; da governadora de Pernambuco, Rachel Lyra; e do presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Ricardo Capelli.
Após a abertura, Luciana Santos destacou o potencial do Nordeste como gerador e exportador de energias renováveis. “Estamos vivendo a mudança climática, e não há caminho que não passe pela matriz energética renovável e limpa. O Nordeste tem todas as possibilidades de fazer valer essa agenda. Aliás, é uma condição histórica do Nordeste, desde os tempos de Delmiro Gouveia com as hidroelétricas, passando pelas potencialidades naturais da região, que tem ventos, tem o sol e as águas. Isso faz uma convergência grande na direção de estabelecer, cada vez mais, uma agenda de liderança, no Brasil, na transição energética”, disse.
A ministra apontou ainda algumas medidas adotadas pelo governo do presidente Lula, que, segundo ela, avançam não apenas na transição energética, mas demonstram compromisso com a indústria, a geração de emprego e renda.
Em sua fala na abertura do Fórum, o vice-presidente Geraldo Alckmin apresentou os eixos da Nova Indústria Brasil (NIB) - a política industrial lançada pelo governo federal em janeiro deste ano - e avanços já obtidos. De acordo com ele, o programa Mover (Mobilidade Verde e Inovação) já habilitou 121 empresas, ou seja, essas empresas estão autorizadas a receber créditos financeiros como contrapartida de investimentos em inovação e descarbonização na indústria automotiva.
O vice-presidente celebrou o fato de o programa ter impulsionado investimentos privados de R$ 130 bilhões da indústria automotiva no Brasil, sendo R$ 12 bilhões somente no município de Goiana, em Pernambuco, sede do polo automotivo da Stellantis. Alckmin lembrou que, no ano passado, o governo federal acabou com a isenção de Imposto de Importação do etanol, contribuindo para o fortalecimento da indústria no Brasil, em especial na região Nordeste.
Entre os temas que ele abordou, estavam os avanços na redução do prazo de avaliação de registro de patentes no país. “O INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) estava levando quase sete anos para registrar uma patente. Reduzimos para 4,5 anos. No ano que vem, chegaremos a 3 anos e, em 2026, a 2 anos, que é o padrão internacional”, afirmou Alckmin.
O ministro citou, entre outros, o projeto de lei do Combustível do Futuro, prestes a ser aprovado no Congresso, e que deverá dar grande impulso aos biocombustíveis. “Prevê biogás, o biometano, o SAF, biodiesel, etanol, enfim, ele vem ao encontro do compromisso do Brasil com o combate às mudanças climáticas e a descarbonização ou desfossilização, que é o que nós todos desejamos”, colocou.