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MCTI estuda criar rede de pesquisa sobre Transtorno do Espectro Autista
Foto: Rodrigo Cabral (ASCOM/MCTI)
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, anunciou que a pasta estuda criar uma rede de pesquisa sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). A afirmação foi feita durante visita nesta terça-feira (3) de representantes de entidades relacionadas ao transtorno na sede da pasta, em Brasília.
“Nós precisamos tratar o TEA com a relevância que ele merece, por meio de políticas públicas e de maneira integrada entre os ministérios. No MCTI, nós temos as redes de pesquisa, que têm vários exemplos positivos, e onde nós tratamos assuntos complexos de maneira coletiva e potencializada”, disse a ministra.
De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, uma em cada 36 crianças de até 8 anos foram diagnosticadas com TEA em 2020 no mundo.
Para o professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Carlos Schmidt, a criação da rede seria uma resposta à sociedade. “Com essa iniciativa, nós vamos conseguir produzir evidências para amparar políticas públicas e ajudar as famílias e pessoas com autismo no Brasil”, afirma o pesquisador.
Segundo o Ministério da Saúde, o TEA é um distúrbio caracterizado pela alteração das funções do neurodesenvolvimento do indivíduo, interferindo na capacidade de comunicação, linguagem, interação social e comportamento.
Para o estudante e ativista pelo movimento de direitos dos autistas Willian Chimura, a pesquisa e divulgação de informações sobre o TEA são empoderadoras. “Quando eu olho para trás, eu vejo que tudo que eu passei não foi opcional. Eu, como uma pessoa autista, todos os dias me via em uma sociedade majoritariamente típica e me via cercado por desafios. Além das minhas particularidades, o meu diagnóstico veio por meio de décadas de pesquisas e conhecimentos aplicados e precisamos continuar esses estudos”, disse Chimura.
De acordo com o Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA), em 2021, foram realizados 9,6 milhões de atendimentos em ambulatórios de pessoas com autismo no Brasil, sendo 4,1 milhões ao público infantil até 9 anos.