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Retomado após 4 anos, Prêmio Jovem Cientista tem inscrições abertas até 4 de outubro
Estudantes e pesquisadores podem se inscrever até 4 de outubro na 30ª edição do Prêmio Jovem Cientista, que neste ano traz como tema “Conectividade e Inclusão Digital”. Retomado no ano passado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, após ter sido descontinuado em 2019, o prêmio é uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em parceria com a Fundação Roberto Marinho (FRM), e conta com a Editora Globo e Canal Futura como parceiros de mídia. A edição deste ano marca o início da parceria da Shell na promoção do prêmio.
Apesar de a conectividade ser uma realidade presente no dia a dia da sociedade, muitos ainda não possuem acesso à internet. Assim, a ideia é incentivar os jovens pesquisadores a olharem para os desafios e oportunidades do mundo conectado. A premiação busca projetos que passem, por exemplo, desde a construção de modelos utilizando inteligência artificial para endereçar questões de saúde pública, educação e sustentabilidade, até a necessidade de uma discussão mais filosófica sobre a ética em tempos de realidade virtual.
As inscrições podem ser feitas através da página jovemcientista.cnpq.br. Entre as premiações previstas estão laptops, bolsas do CNPq e valores em dinheiro que vão de R$ 12 mil a R$ 40 mil. Em 37 anos, o Prêmio Jovem Cientista já premiou mais de 194 pesquisadores e estudantes, além de 21 instituições de ensino superior e médio.
Para João Pedro Wieland, vencedor da edição de 2012 do Prêmio Jovem Cientista com um projeto de inovação tecnológica nos esportes aos 15 anos de idade, participar da premiação abre muitas portas. “Desenvolvi um aplicativo de celular para controlar atividade física porque observei que as pessoas usavam música para correr na praia e quis entender o que estava por trás disso. Me perguntei se podia usar algum algoritmo para ajudar na escolha da melhor música para cada tipo de treino, experimentei e deu certo”, conta Wieland.
Depois da premiação, o jovem participou de um projeto científico relacionado às Olimpíadas na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). “Foi muito legal. Se pudesse dar uma dica para os jovens de hoje, seria para abraçarem as oportunidades. O ensino médio é um lugar onde se aprende muita coisa e é também onde escolhemos a carreira. Mas as pessoas não aproveitam muito as chances de aprender coisas novas, se arriscar. Eu sempre fui cara de pau, participava de tudo o que podia e o prêmio tem essa ideia de tentar resolver juntos, de colocar a mão na massa. É uma grande oportunidade para o jovem trabalhar ideias e experimentar o novo”, destaca. Hoje com 27 anos, João é mestrando na UFRJ na área de engenharia de software e trabalha com inovação tecnológica.
O Prêmio Jovem Cientista foi criado em 1981 pelo CNPq, em parceria com a FRM e empresas da iniciativa privada, com o objetivo de revelar talentos, impulsionar a pesquisa no país e investir em estudantes e jovens pesquisadores que procuram soluções inovadoras para os desafios da sociedade. Considerado um dos mais importantes reconhecimentos aos jovens cientistas brasileiros, o prêmio apresenta, a cada edição, um tema importante para o desenvolvimento científico e tecnológico, que atenda às políticas públicas da área e seja de relevância para a sociedade brasileira.
Para o presidente do CNPq, Ricardo Galvão, "o Prêmio Jovem Cientista dá uma contribuição muito importante para a ciência brasileira ao levar o pensar científico para meninas e meninos ainda no período escolar e incentivar jovens no início da carreira”. Galvão ressalta, ainda, que “sempre com temáticas relevantes para o país, o prêmio tem contribuído, ao longo de mais de 40 anos, para a descoberta e a divulgação de pesquisas inovadoras para as grandes questões da sociedade brasileira como o tema desta 30ª edição, Conectividade e Inclusão Digital".
“Muitos brasileiros têm sido excluídos do direito à educação, portanto também do direito a se expressar, aprender, e produzir conhecimento. Nós estamos convencidos que todas e todos podem contribuir com a transformação do nosso país, com a inovação e a busca de soluções para os nossos próprios problemas e os desafios do planeta. Para isso, é preciso garantir o acesso à escola e também aos métodos da Ciência, numa perspectiva de afirmação da diversidade em todas as suas dimensões, reconhecendo os saberes tradicionais e ancestrais, sem descuidar das fronteiras do conhecimento. O Prêmio Jovem Cientista há mais de 40 anos é uma referência nesse campo. Mais uma vez, em sua 30 edição, traz à discussão de toda a comunidade acadêmica um tema relevante. É assim, pensando nossos desafios coletivamente e reconhecendo as diferentes contribuições, que podemos pensar num Brasil de todos para todos”, destaca o secretário-geral da FRM, João Alegria.
“É com grande entusiasmo que apoiamos o retorno do Prêmio Jovem Cientista. Acreditamos que a conectividade e a inclusão digital são pilares fundamentais para o desenvolvimento sustentável. Investir em trabalhos de educação e pesquisa que ajudem a universalizar o acesso a novas tecnologias pode transformar o futuro de milhares de talentos brasileiros”, destaca Glauco Paiva, gerente executivo de Comunicação e Responsabilidade Social da Shell Brasil, companhia que há anos investe em educação científica no país.
Conectividade e Inclusão
Com a pandemia, em especial no Brasil, uma ampla reflexão sobre a conectividade e inclusão digital surgiu, face aos problemas que aconteceram em vários segmentos da sociedade. Professores, escolas, estudantes e suas famílias enfrentaram e ainda enfrentam muitas adversidades. Segundo dados da pesquisa TIC Educação 2022, organizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, 94% das escolas brasileiras de Ensino Fundamental e Ensino Médio possuem acesso à internet, mas isso não significa que a conectividade/inclusão estejam garantidas, já que apenas 58% das escolas possuem equipamentos conectados (computadores, notebooks, tablet etc.) para uso dos alunos; 42% dos alunos usuários de Internet usam a rede móvel para acessar a Internet na escola e 31% usufruem da rede Wi-Fi da instituição; 60% dos alunos que estudam em escolas localizadas em áreas rurais mencionaram o sinal da Internet fraco ou ruim como um motivo para não acessar a Internet na escola.
Esse cenário representa um desafio para os pesquisadores que vão concorrer ao Prêmio Jovem Cientista. As cinco categorias contempladas são: Mestre e Doutor, Estudante do Ensino Superior, Estudante do Ensino Médio, Mérito Institucional e Mérito Científico, que celebra um pesquisador doutor que, em sua trajetória, tenha se destacado na área relacionada ao tema da edição.
Nas categorias “Mestre e Doutor” e “Estudante de Ensino Superior”, serão aceitas as seguintes linhas de pesquisa:
Tecnologias alternativas para acesso à internet e inclusão digital para promoção da cidadania digital;
Ensino de computação desplugado e educação digital;
Formação, conhecimentos e competências digitais, conectividade e diversidade;
Ética digital, E-gov, governança digital e green digital;
Usabilidade, letramento digital para idosos e estratégias para acessibilidade universal;
Tecnologias assistivas na educação, conectividade para estudantes e professores;
Inclusão digital na internet das coisas, infraestrutura e equipamentos;
Divulgação científica, divulgadores e tecnologias educacionais;
Medicina de precisão e Inteligência Artificial;
Telessaúde, Saúde digital e Inteligência Artificial, e Telemedicina;
Inclusão digital e interseccionalidades, questões de raça/cor, gênero e orientação sexual no mundo digital;
Mulheres em atividade no campo digital, equidade de gênero e inclusão digital com equidade.
Já na categoria “Estudante de Ensino Médio”, as linhas são:
1. Educação e as novas formas de ensino e aprendizagem com o uso das tecnologias digitais;
2. Sustentabilidade e a conectividade a favor da preservação dos recursos naturais e da justiça social;
3. Ética em tempos de Inteligência Artificial e Multiverso;
4. Inclusão e Democratização com o uso de novas tecnologias e alternativas para o acesso de todos;
5. Formação, Conhecimento e Competências Digitais para um mundo conectado e digital em constante transformação;
Cada categoria do prêmio atende a um determinado público. Para concorrer como “Mestre e Doutor”, são aceitos estudantes de mestrado, mestres, estudantes de doutorado e doutores com até 39 anos de idade em 31 de dezembro de 2024. Já em “Estudante do Ensino Superior”, estudantes que estejam frequentando cursos de graduação ou que tenham concluído a graduação a partir de 1º de janeiro de 2023 e tenham menos de 30 anos de idade em 31 de dezembro de 2024 podem se inscrever. Para concorrer na categoria “Estudante de Ensino Médio”, os alunos devem estar regularmente matriculados em escolas públicas ou privadas de Ensino Médio e Profissional e Tecnológico, com menos de 25 anos de idade em 31 de dezembro de 2024.
Sobre o CNPq
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), criado em 1951, foi o principal ator na construção, consolidação e gestão do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. O CNPq é vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e sua atuação se dá, principalmente, por meio do apoio financeiro a projetos científicos, selecionados por chamadas públicas lançadas periodicamente, e pela concessão de bolsas de pesquisa. Atualmente, são cerca de 90 mil bolsistas em diversas modalidades, desde a iniciação científica até o mais alto nível, as bolsas de Produtividade em Pesquisa. O CNPq também gerencia programas estratégicos para o país, como o de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT), empregando recursos próprios ou oriundos de parcerias nacionais com fundações estaduais de amparo à pesquisa (FAPs), universidades, ministérios e empresas públicas e privadas, além das parcerias internacionais. Atua na divulgação científica, com o apoio a feiras de ciências, olimpíadas, publicações e eventos científicos, em especial a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Desde sua criação, o CNPq se encarrega de uma expressiva agenda de cooperação internacional, com destaque à colaboração em programas internacionais - bilaterais, regionais e multilaterais. Por meio do apoio a projetos conjuntos, do intercâmbio de pesquisadores e da participação em organismos internacionais, o Conselho fortalece as parcerias estratégicas para o Brasil, ao encontro do que estabelece a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Sobre a Fundação Roberto Marinho
A Fundação Roberto Marinho inova, há mais de 40 anos, em soluções de educação para não deixar ninguém para trás. Promove, em todas as suas iniciativas, uma cultura de educação de forma encantadora, inclusiva e, sobretudo, emancipatória, em permanente diálogo com a sociedade. Desenvolve projetos voltados para a escolaridade básica e para a solução de problemas educacionais que impactam nas avaliações nacionais, como distorção idade-série, evasão escolar e defasagem na aprendizagem. A Fundação realiza, de forma sistemática, pesquisas que revelam os cenários das juventudes brasileiras. A partir desses dados, políticas públicas podem ser criadas nos mais diversos setores, em especial, na educação. Incentivar a inclusão produtiva de jovens no mundo do trabalho também está entre as suas prioridades, assim como a valorização da diversidade e da equidade. Com o Canal Futura fomenta, em todo o país, uma agenda de comunicação e de mobilização social, com ações e produções audiovisuais que chegam ao chão da escola, a educadores, aos jovens e suas famílias, que se apropriam e utilizam seus conteúdos educacionais. Mais informações no Portal da Fundação Roberto Marinho. Saiba mais: www.frm.org.br
Sobre a Shell Brasil
Há 111 anos no país, a Shell é uma empresa de energia integrada com participação em Upstream, no Novo Mercado de Gás Natural, Trading, Pesquisa & Desenvolvimento e no Desenvolvimento de Energias Renováveis, com um negócio de comercialização no mercado livre e produtos ambientais, a Shell Energy Brasil. Aqui, a distribuição de combustíveis é gerenciada pela joint-venture Raízen, que recentemente adquiriu também o negócio de lubrificantes da Shell Brasil. A companhia trabalha para atender à crescente demanda por energia de forma econômica, ambiental e socialmente responsável, avaliando tendências e cenários para responder ao desafio do futuro da energia.
Fonte: CNPq