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5CNCTI
Representantes do setor público, empresas e pesquisadores debatem como aumentar P&D no setor privado
Foto: Luis Nova (ASCOM/MCTI)
Os desafios de aumentar as ações de pesquisa e desenvolvimento (P&D) nas empresas brasileiras foi tema de debate nesta quinta-feira (1°), na 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5CNCTI), em Brasília (DF). Os especialistas convidados fizeram reflexões do ponto de vista do governo, do setor produtivo e dos pesquisadores.
O professor Jarbas Castro, da Universidade de São Paulo (USP), apresentou exemplos de empresas inovadoras em que atuou principalmente voltadas a tecnologias óticas. De acordo com ele, a inovação tecnológica é capaz de gerar crescimento exponencial.
“Uma característica muito importante das empresas de tecnologia e startups é o crescimento exponencial. Você trabalha para gerar riqueza e cada equipamento que você desenvolve gera tecnologia para mais um, mais dois e assim por diante”, disse. O professor adicionou que as empresas de tecnologia são as grandes empregadoras de profissionais como engenheiros, físicos e químicos. “A pesquisa e desenvolvimento está na origem das startups. Para a empresa média e grande, a P&D é um desafio, já que a empresa vive do retorno para o dia seguinte e não olha para o longo prazo”, apontou.
A política uruguaia Carolina Cosse, que já ocupou os cargos de senadora e ministra de Indústria, disse que sempre manteve na carreira diálogo com instituições científicas, inclusive do Brasil. Na opinião dela, é importante a atuação estatal e a atenção das autoridades aos problemas sociais. No entanto, o mais essencial é a participação popular na resolução dos desafios.
“Na década de 90, enquanto o mundo privatizava serviços públicos, o Uruguai em um referendo público decidiu não vender suas empresas públicas. Muitos anos depois, ter mantido as empresas nos permitiu promover a transição energética com energias renováveis, nos permitiu mudar a matriz de telecomunicações. Hoje temos uma potente matriz de fibra ótica internacional própria graças por manter essas ferramentas”, relatou.
Arlete Tavares, representante da Klabin, listou os desafios de aumentar a P&D em empresas privadas. O setor de P&D das empresas deve estar alinhado ao planejamento dessas organizações, segundo a profissional. Tavares mencionou, ainda, o uso de mecanismos de financiamento da inovação e o relacionamento com os Núcleos de Inovação (NITs) das universidades.
“O investimento em projetos ligados ao core business da empresa é sempre favorecido. Por outro lado, é através da inovação disruptiva que a empresa pode expandir sua atuação, alcançar novos mercados e ficar à frente de suas concorrentes”, afirmou.
Bruno Quick, diretor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), disse que o Brasil tem bons instrumentos como o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o próprio Sebrae, mas que falta uma conexão maior entre eles. “A principal inovação que precisa acontecer no Brasil, e a partir dela as outras vão ser impulsionadas, é trabalhar junto. É trabalhando junto que a gente vai entendendo as deficiências, os vazios e ir se adequando”, afirmou.
O diretor da entidade, lembrou que o Sebrae tem buscado a integração com diferentes instituições. “Esse modelo de entender que não dá pra centralizar, que a gente precisa trabalhar em um modelo distribuído, em que a tecnologia que falta é a integração, o Sebrae buscou enxergar isso e a gente buscou atuar como ente integrador com várias articulações e tentando fomentar a integração de mecanismos”, pontuou.
O painel foi coordenado pelo representante da Embrapii, Francisco Saboya, com relatoria de Alberto Perverati, do Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência Tecnologia e Inovação (Consecti). Assista à integra do debate no Canal do MCTI no YouTube
Assista abaixo a íntegra da mesa:
A 5ª Conferência conta com o patrocínio Master do Banco do Brasil e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), patrocínio Ouro da Positivo e patrocínio Prata da Caixa Econômica Federal e Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).