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5CNCTI
Institutos de pesquisa buscam ampliar participação no SNCTI
Foto: Luis Nova (ASCOM/MCTI)
No último dia da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5CNCTI), o painel Os institutos de pesquisas públicos e privados e os desafios para ampliar sua participação no SNCTI trouxe como temática o papel fundamental dos institutos de ciência e tecnologia (ICT) para o desenvolvimento da inovação no Brasil.
“O ICT faz a ponte entre universidades e empresas e trabalha na criação de inovação, com transferência tecnológica do que acontece no mundo acadêmico para as empresas”, diz o superintendente do Instituto Eldorado, Roberto Soboll. Na conferência, ele apresentou o panorama de institutos privados no Brasil, que prestam serviços tecnológicos de alto valor agregado para diferentes setores da economia.
O gestor enfatizou a importância histórica de legislações que fortaleceram o sistema, como a Lei de Informática e o Novo Marco Legal de CT&I, que possibilitaram a criação de ICT. Em seguida, Soboll apresentou uma pesquisa sobre o impacto de 22 instituições privadas. “Só no ano de 2023 foram 9,4 mil projetos de inovação realizados, num valor total de R$ 2,6 bilhões de receitas com projetos de PD&I e serviços especializados”. Para ele, os ICT estão num momento singular de oportunidades trazidas pela transformação digital e, atualmente, o ecossistema de inovação do Brasil ocupa um papel de destaque na América Latina.
O diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Márcio Albuquerque, apresentou a síntese das discussões dos e-books resultantes das Conferências Regionais; Reuniões Temáticas; e Conferências Livres e destacou a necessidade de se definir um conceito sobre o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI). “O sistema é separado em produção e inovação, regulação e políticas públicas, educação e infraestrutura de pesquisa e financiamento”, avalia.
O papel das instituições públicas foi apresentado por Albuquerque, que abordou a importância das unidades de pesquisa (UP) do MCTI para o desenvolvimento social, econômico e científico do Brasil. Entre alguns desafios enfrentados pelas UP, ele citou a falta de reposição adequada de servidores e a necessidade de mais investimentos para garantir que essas instituições continuem operando na vanguarda da pesquisa e inovação.
O diretor de Incentivos às Tecnologias Digitais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Hamilton José, comentou o histórico de políticas de apoio da pasta. “Talvez seja o único programa de incentivos no Brasil que tentou atacar uma questão fundamental na trajetória de industrialização do País e na materialização da tripla hélice”, avalia. Para o gestor, o País apresenta oportunidades como a retomada do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e o anúncio do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, além de novos programas e editais que buscam fortalecer a cooperação entre meio público e privado. “É preciso que o Brasil trate a C&T com a envergadura compatível com a dimensão dessa nação”, ressalta.
Ao final do painel, o professor da UnB, Sandro Haddad, abordou a parceria público-privada pela perspectiva das universidades. Atualmente, a academia realiza cada vez mais projetos com ICT para o desenvolvimento de novos produtos, mas, ainda é preciso mudar paradigmas. “A pesquisa na universidade não é apenas a pesquisa pura. Precisa ter a pesquisa aplicada e o desenvolvimento tecnológico e de novos produtos para a indústria. Isso atrai não apenas mais recursos para melhorar a estrutura de pesquisa, mas também ajudar a formar pessoas para o mercado”, pondera.
O painel Eixo I - Os institutos de pesquisas públicos e privados e os desafios para ampliar sua participação no SNCTI” foi coordenado por Paulo Foina, representante da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (Abipti).
Assista à íntegra da mesa abaixo:
A 5ª Conferência conta com o patrocínio Master do Banco do Brasil e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), patrocínio Ouro da Positivo e patrocínio Prata da Caixa Econômica Federal e Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).