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INPE sedia a 22ª reunião da WMO sobre medição de dióxido de carbono e GEE
Divulgação INPE
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) está sediando a 22nd WMO/IAEA Meeting on Carbon Dioxide, Other Greenhouse Gases, and Related Tracers Measurement Techniques (GGMT-2024), evento tradicional da Organização Meteorológica Mundial e da Agência Internacional de Energia Atômica (WMO/IAEA) sobre técnicas de medição de dióxido de carbono, outros gases de efeito estufa (GEE) e traçadores relacionados. A reunião acontece entre os dias 5 e 8 de agosto, na sede do INPE, em São José dos Campos (SP).
O evento acontece a cada 2 anos, onde os especialistas mundiais em medir gases de efeito estufa (GEE) se reúnem para rever as recomendações técnicas para as medições de GEE. Estas conferencias foram iniciadas pelo pesquisador Dave Keeling em 1975, em La Jolla, Califórnia. A reunião tornou-se a principal plataforma global para a discussão de metodologias de medição de GEE, seus isótopos e traçadores, além da avaliação de novas técnicas, padronização, garantia de qualidade e desenvolvimento de produtos de dados. Esses encontros são fundamentais para enfrentar os desafios relacionados às medições precisas de gases de efeito estufa atmosféricos, integração de dados e produtos, além do planejamento de redes observacionais.
Esta reunião acontece pela primeira vez no Brasil, sediada no INPE, que contribui com esta rede mundial, através do Laboratório de Gases de Efeito Estufa (LaGEE). A reunião abordará temas importantes como a garantia de qualidade das medições de GEE e de isótopos estáveis. Serão discutidas as técnicas de medição para 14C, O2/N2 e traçadores relacionados, bem como o desenvolvimento e a utilização de produtos de dados. Haverá também um foco em avanços nas técnicas tradicionais de medição de GEE e em novas tecnologias de observação, como sensores de baixo custo e detecção remota. Além disso, serão exploradas as observações realizadas a partir de plataformas móveis, como aeronaves, drones e balões, assim como as medições de fluxos de GEE e pCO2 oceânico, redes urbanas e observações.
A abertura oficial do evento ocorreu no Auditório Fernando Mendonça, com a presença de diversas autoridades, como Osvaldo Moraes, Secretário Substituto de Políticas e Programas Estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e Ana Toni, Secretária de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). O diretor do INPE, Clezio De Nardin, também participou da cerimônia de abertura, juntamente com Oksana Tarasova, diretora da rede mundial de GEE da WMO e Luciana V. Gatti, pesquisadora do INPE e presidente do comitê organizador da reunião.
Durante o evento, foi realizada uma sessão especial dedicada a discussão sobre a criação de uma Rede Brasileira de Monitoramento de Gases de Efeito Estufa, com a apresentação do plano para criação da rede pela pesquisadora Luciana Gatti e participaram do painel representantes do MCTI, Osvaldo de Moraes, do MMA Ana Toni e Raoni Rajão (diretor de Controle de Desmatamento e Queimadas), e da FINEP, Jose Henrique Pereira (gerente de Inovação), além do cientista Carlos Nobre, pesquisador aposentado do INPE e atual presidente do Painel Científico para a Amazônia.
A Organização Meteorológica Mundial (WMO) é uma agência especializada das Nações Unidas que atua como a voz autorizada da ONU sobre o estado e o comportamento da atmosfera terrestre, suas interações com os oceanos, o clima resultante e a distribuição de recursos hídricos. A WMO tem 193 Estados Membros e Territórios Membros. A organização promove a cooperação internacional no estabelecimento de redes de observação meteorológica, climática, hidrológica e outras redes geofísicas e estimula o intercâmbio de dados, processamento e padronização. Desde 1997, a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), com sede em Viena, juntou-se à WMO devido ao aumento da utilização de isótopos de carbono no estudo do ciclo do carbono.
A realização da GGMT-2024 no INPE reflete o compromisso da instituição com a cooperação internacional na pesquisa sobre mudanças climáticas e na busca por soluções baseadas em dados científicos sólidos.
Fonte: INPE