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5CNCTI
“Tecnologias assistivas precisam chegar ao setor produtivo para se transformar em produto”, defende diretora do MCTI
Foto: Diego Galba (ASCOM/MCTI)
O fortalecimento dos estudos e do fomento às tecnologias assistivas, um conjunto de recursos e serviços que promovem qualidade de vida às pessoas com deficiência, foi tema de painel no último dia da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5CNCTI). Na mesa, como debatedora, a diretora do Departamento de Tecnologias e Programas de Desenvolvimento Sustentável e Sociais do MCTI, Sônia da Costa, destacou a importância das tecnologias destinadas aos brasileiros com deficiência e desenvolvidas no Brasil chegarem ao setor produtivo.
Para a gestora, o maior desafio para a indústria nacional e a política de inovação é transformar as tecnologias assistivas em produtos. “Atualmente, as pesquisas esbarram na concretização do produto. Um desafio que deve ser posto dentro da nossa política de CT&I é o fortalecimento dessas pesquisas, mas também a consolidação desses estudos em benefícios para a população”, destacou.
A mesa, coordenada pela secretária nacional de Direitos da Pessoa com Deficiência, Anna Paula Feminella, também contou com a presença da diretora do Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer, Juliana Daguano, que apresentou a atuação da unidade. No debate, Juliana também recomendou a criação de um ecossistema, envolvendo governos, universidades, indústria, empresas e startups, que atue com a promoção da tecnologia assistiva. “Além disso, é necessário que haja um processo de aceleração de projetos e que eles sejam desenvolvidos de forma participativa e colaborativa com as pessoas com deficiência”, reforçou.
Compondo o painel, a advogada especialista nos direitos das pessoas com deficiência, Adriana Monteiro, ressaltou a importância das tecnologias assistivas. “São ferramentas que salvam. Sem elas, as pessoas com deficiência não conseguem estar inseridas no mundo em que vivemos. É a partir delas que essas pessoas têm uma vida plena, digna, autônoma, com conforto e possibilidades de cuidado”, afirmou frisando a necessidade do mercado entender o grupo como consumidores. “É importante investir. Eles são consumidores e estão prontos para comprar, para consumir. Se é o lucro que interessa às empresas, nós temos lucro para dar”, finalizou.
Anúncio - Durante a mesa, Sônia da Costa anunciou a criação dos Centros de Acesso e Pesquisa em Tecnologia Assistiva (CA&PTA), unidades que irão atuar como vitrines tecnológicas e como equipamentos de orientação para busca e aquisição de tecnologia assistiva, além de promover pesquisa e desenvolvimento de novos produtos.
A primeira unidade funcionará no prédio do Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro, e tem como expectativa iniciar seu funcionamento ainda este ano. A proposta é inaugurar 27 Centros espalhados pelo país. A iniciativa foi construída pelo MCTI em parceria com a Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados como uma proposta à política nacional. “Os Centros serão constituídos de um grande espaço de acolhimento de pessoas com deficiência, de famílias, de cuidadores, de profissionais da saúde e, principalmente, de empregadores que possam ir nesses locais adquirir conhecimento do que é uma tecnologia assistiva”, destacou.
De acordo com Sônia, os centros de pesquisa serão interinstitucionais, com, no mínimo, três instituições de ciência envolvidas no funcionamento para garantir a perenidade que é preciso ter. “As pessoas com deficiência não podem ter momentos de apoio. É preciso ter uma cultura de fomento e atuação para garantir os direitos desse grupo”, afirmou.
Confira a mesa “Tecnologias Assistivas: CT&I para melhoria da qualidade de vida” na íntegra através do canal do MCTI no Youtube.
A 5ª Conferência conta com o patrocínio Master do Banco do Brasil e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), patrocínio Ouro da Positivo e patrocínio Prata da Caixa Econômica Federal e Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).