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Transição demográfica do Brasil gera demandas para o setor de CT&I
“A transição demográfica do Brasil e as novas demandas para o setor de ciência, tecnologia e inovação (CTI)” foi o tema de uma das mesas na 5ª Conferência Nacional de CTI. No debate, os especialistas apontaram iniciativas e setores prioritários que deverão contar com políticas públicas para enfrentar o desafio do envelhecimento da população do país.
“No contexto brasileiro, a transição é mais acelerada e condensada no tempo, com um crescimento populacional muito maior historicamente que em países europeus”, mostrou a cientista Marcia Castro, professora de Harvard. Segundo ela, a projeção das Nações Unidas é de que em 2043 o Brasil passará a ter mais mortes do que nascimentos, e a população começará a reduzir de tamanho.
Durante apresentação sobre o processo de transição demográfica no país desde a década de 1950, Marcia Castro destacou a redução progressiva da população jovem brasileira e o crescimento do grupo com mais de 65 anos. “A base de todo o nosso debate é como essa transição demográfica e mudanças nesses grupos etários geram reflexões sobre demandas em ciência, tecnologia e inovação”, frisou a cientista. Ela destacou os cinco setores que considera mais relevantes: saúde, espaço urbano, mercado de trabalho e assistência social.
Para o diretor de Pesquisa Sociais da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Wilson Fusco, no contexto de envelhecimento populacional brasileiro as políticas públicas mais emergentes devem estar voltadas para os setores de saúde, educação e qualificação profissional para promover a retenção de talentos e evitar a “fuga de cérebros” do país.
No setor de saúde, Wilson Fusco apontou a relevância da ciência, tecnologia e inovação em áreas como biotecnologia, expansão da telemedicina, tecnologias assistivas e gerontologia para melhorar a qualidade de vida e o combate a doenças crônicas e degenerativas da população em processo de envelhecimento.
Complexidade
“No Brasil, o processo de transição demográfica é marcado por uma expressiva velocidade no contexto de uma sociedade fortemente heterogênea do ponto de vista econômico, social e regional, o que implica na complexidade desse processo, inclusive no que se refere a demandas de CTI”, ressaltou o professor Mariano de Matos Macedo, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
O professor apontou que as demandas de CTI relativas ao processo de transição demográfica devem ser articuladas com o programa Nova Indústria Brasil, em particular com as iniciativas previstas em missões nos setores de saúde, infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade.
Confira a íntegra da plenária Eixo IV - Transição Demográfica e as Novas Demandas para CT&I no Youtube do MCTI.
A 5ª Conferência conta com o patrocínio Master do Banco do Brasil e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), patrocínio Ouro da Positivo e patrocínio Prata da Caixa Econômica Federal e Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).