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76ª SBPC
SBPC debate a popularização da ciência e papel dos museus
Foto: Luara Baggi (ASCOM/MCTI)
Lançado em 2022 pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Programa Nacional de Popularização da Ciência (Pop Ciência) foi tema de debate na 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em mesa-redonda realizada nesta quarta-feira (10), no campus da Universidade Federal do Pará (UFPA).
O Pop Ciência tem como objetivo despertar o interesse pela ciência e estimular a pesquisa a partir da promoção de uma série de ações estratégicas desde a educação básica. Consultor do Departamento de Popularização da Ciência, Tecnologia e Educação Científica do MCTI, Carlos Wagner Costa Araújo detalhou para a plateia as ações que o programa está implementando, tais como a realização de editais de feiras de ciência, atividades em museus, visitas a planetários e convênios com estados e municípios.
Segundo Araújo, os museus têm um papel fundamental na estratégia de popularização da ciência do MCTI. “A função do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação é de ser indutor dessa ação de popularização. Teremos uma série de atividades, como feiras, rodas, olimpíadas e outras iniciativas, mas a ideia é ter o museu de ciência na centralidade dessa política”, explica o consultor.
Araújo defende que a importância estratégica da popularização da ciência é também um processo de formação da nação brasileira, que passa pela educação integral, de qualidade e desde o ciclo fundamental. “Apesar de mais de 100 anos de educação brasileira, nós percebemos que as mazelas e os problemas do Brasil colônia ainda não foram resolvidos. Não se forma uma nação sem uma educação científica de qualidade”, afirma.
Professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e presidenta da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC), Andréa Fernandes Costa apresentou em seu painel uma série histórica de pesquisas que a entidade vem realizando desde 2005 sobre o perfil do público e dos trabalhadores dos museus do país. “Identificamos que os entrevistados com maior escolaridade e renda são frequentadores mais assíduos. O principal dificultador da visita é a falta de divulgação, e o `boca a boca’ é a forma de comunicação mais eficiente dentre as fontes de informação sobre a existência dos museus”, explicou Andréa.
Por sua vez, a coordenadora da mesa, Lúcia Santana, tecnologista na Coordenação de Museologia do Museu Goeldi, em Belém, defendeu a ampliação do conceito de museu. “Aqui no Museu Goeldi trabalhamos também com as comunidades. Na museologia social, o conceito de museu pode ser uma praia, uma casa, uma comunidade, porque está relacionado a memórias, a sentimentos e ao território”, explicou.
Com o tema “Ciência Para um Futuro Sustentável e Inclusivo: Por um Novo Contrato Social Com a Natureza”, a 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) acontece em Belém, no período de 7 a 13 de julho, no Campus da Universidade Federal do Pará.