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Pesquisadores apontam avanços e desafios da ciência na agricultura brasileira
Foto: Luis Novas (ASCOM/MCTI)
A agricultura brasileira é avançada, pioneira em uso de tecnologias no campo, preocupada com a sustentabilidade e ainda tem muito a inovar. Esta é a diretriz apontada pelos pesquisadores que participaram da mesa temática “Avanços da ciência na agricultura”, realizada no primeiro dia da 5º Conferência Nacional de CT&I, que acontece em Brasília.
De acordo com pesquisas internacionais, apresentadas pela presidenta da Embrapa, Silvia Massruhá, os produtores brasileiros são os mais preocupados com a sustentabilidade na agricultura quando comparados com produtores de toda América e Europa. “Além de serem os que mais usam bioinsumos, sistemas integrados ou consorciados e plantio direto, 50% dos produtores brasileiros usam ou estão buscando usar novas tecnologias agrícolas e também são preocupados com tecnologias sustentáveis”, aponta Sílvia.
Apesar dos bons números e panorama favorável, a presidenta da Embrapa aponta os maiores desafios a serem enfrentados na agricultura nacional, como a inclusão socioprodutiva rural e digital, transição energética e mudanças climáticas e a revolução sustentável com o uso de tecnologias disruptivas.
O professor e pesquisador da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Evaldo Vilela, destacou o protagonismo do Brasil na criação da chamada Agricultura Tropical, ou Ciência Tropical. Com 50 anos de pesquisa envolvendo universidades, Embrapa e outros institutos, o país se tornou um referencial na criação e utilização de bioinsumos na agricultura, seja para controle de doenças, combate às pragas, disponibilização de nutrientes, aumento da capacidade de exploração da fertilidade natural do solo, entre outras utilidades. Dentre os desafios e prospecção de futuro na agricultura brasileira, o professor apresenta a necessidade de capacitação dos pequenos e médio produtores, a criação de cadeias regionais de serviços e insumos, regulamentação e fiscalização sobre os bioinsumos e a criação de políticas públicas efetivas.
O pesquisador e professor de agricultura e biodiversidade na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Geraldo Eugênio França, apresentou cenários sobre a agricultura nacional. O professor da UFRPE defendeu o reposicionamento da agenda de pesquisa, desenvolvimento e inovação, com ênfase no controle biológico, melhoramento genético e microbiologia aplicada. Em seguida, reafirmou a força e necessidade de fortalecimento da integração da pesquisa agropecuária com as pesquisas em engenharia, computação e gestão. O pesquisador também compartilhou uma agenda voltada para o diálogo permanente entre as pesquisas com a iniciativa privada, envolvimento maior entre academia e governo, além da aplicação da robótica e outras tecnologias na agricultura familiar.
Segundo o Consultor Legislativo, o engenheiro agrônomo Luiz Antônio Gonçalves, a agricultura que conhecemos hoje é um produto do investimento em ciência e tecnologia de pelo menos 120 anos, com destaque para a indústria química, produção em grande escala de fertilizante e indústria metal-mecânica. Segundo Luiz, “a pesquisa, a produção de ciência, tecnologia e inovação está muito longe de ser uma obra acabada na agricultura. Estamos participando da construção do desenvolvimento do país, pensando sempre no contexto da sustentabilidade, mudança nos padrões de alimentação e o desafio da integração social”, finalizou.
A 5ª Conferência conta com o patrocínio Master do Banco do Brasil e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), patrocínio Ouro da Positivo, patrocínio Prata da Caixa Econômica Federal e Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).
Confira a íntegra da Mesa Temática “Avanços da ciência na agricultura” neste link.