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Painel discute política industrial brasileira para a descarbonização
Foto: Rodrigo Cabral (ASCOM/MCTI)
O tema “Política Industrial para a Descarbonização” foi discutido no primeiro dia da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), nesta terça-feira (30). No painel, os debatedores avaliaram que a emergência climática do século XXI convida todos os países para uma transição dos combustíveis fósseis para as fontes de energia renováveis.
No Brasil, a Nova Política Industrial propõe um processo gradual de descarbonização. Como explicou Cláudio Mota, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), uma desfossilização da economia, com reduções significativas de CO² em toda a cadeia produtiva industrial.
Em breve a porcentagem da participação dos produtos industrializados no total das exportações brasileiras será determinante para o posicionamento do país no cenário da divisão internacional do trabalho. Atualmente o Brasil se destaca no cenário global como um grande exportador de commodities no comércio internacional.
Para Verena Hitner, secretária Executiva do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) e coordenadora do painel, a indústria é a ferramenta produtiva ideal para garantir geração de renda e, por consequência, uma escalada do bem-estar da população ao garantir uma economia produtiva e não rentista, além da afirmação da soberania brasileira.
Também foram enunciadas as tendências globais para a agenda de mudança climática. Entre os diversos pontos se destacam: Fim dos subsídios a fontes fósseis; Sistemas de precificação de carbono; Expansão de energias renováveis e combustíveis sustentáveis; Bancos centrais e setor financeiro passando a medir o risco climático.
A Estratégia Nacional para a Indústria foca na transição energética, na valorização do mercado de carbono, economia circular e na conservação florestal. Como destacado na fala unânime dos participantes do debate, a indústria corresponde a apenas cerca de 10% da emissão de gases de efeito estufa no Brasil. O restante da porcentagem é distribuído em maior grau entre as consequências do desmatamento e em menor medida pelas atividades de agricultura e pecuária.
Juliana Falcão, Gerente de Clima e Energia da Confederação Nacional da Indústria, ressaltou a importância de um arcabouço jurídico e marco legal regulatório consistentes no papel da consolidação institucional e das parcerias público-privadas para criação de um ambiente de negócios e incentivos de investimentos consolidados em hidrogênio de baixo carbono. O Poder Legislativo possui um papel determinante para se alcançar essa meta de estabilização das normas legais.
Opções tecnológicas
Também foi sublinhado que se enquadram nas opções tecnológicas para melhoria de eficiência das emissões de CO² as redes de produção das indústrias de Papel e Celulose, Indústria Química, Cimento, Ferro-Gusa e Aço e Alumínio. Entre as alternativas de descarbonização do aço, por exemplo, aparecem as opções de maior utilização de sucata, aumento da produção de carvão vegetal e maior utilização dessa matéria-prima em contraposição ao carvão mineral.
Já a representante do Instituto de Transformação Energética, Rosana Santos, destacou que “descarbonizar a indústria nacional é um sopro de esperança para o Brasil se consolidar como nação exportadora de produtos de alto valor agregado”. Ela também explicou que os chamados empregos verdes serão primordiais para acelerar a criação de empregos formais e manter essa taxa alta já em um futuro próximo.
O painel do Eixo II – “Política Industrial para Descarbonização” foi coordenado por Verena Hitner(CNDI) e teve como debatedores: Davi Bontempo (CNI), Cláudio Mota (UFRJ), Viviana Coelho (Petrobras), Rosana Santos (Instituto de Transformação Energética) e Relatoria: José Bertotti (Litpeg/UFPE).
Confira a íntegra do painel na página do MCTI no Youtube
A 5ª Conferência conta com o patrocínio Master do Banco do Brasil e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), patrocínio Ouro da Positivo e patrocínio Prata da Caixa Econômica Federal e Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).