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76ª SBPC
Novo Herbário do INPA vai receber R$ 10 milhões de investimentos do MCTI
Foto: ASCOM/MCTI
Durante a 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Belém, no Pará, a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, anunciou o investimento de R$ 10 milhões para construir o novo Herbário do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), uma das maiores coleções de plantas da Amazônia.
Na oportunidade, a ministra também nomeou o diretor do Inpa, o professor Henrique Pereira, como coordenador brasileiro do Centro Franco-Brasileiro de Biodiversidade Amazônica (CFBBA), uma cooperação que foi retomada em março de 2024 entre o Brasil e a França. Os anúncios foram feitos na segunda-feira (8).
O recurso para o projeto do herbário faz parte de uma negociação do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCTI) com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Luciana Santos enfatizou a necessidade de proteger o maior acervo de plantas amazônicas. Atualmente, quase 300 mil espécimes estão depositadas no Herbário (plantas e fungos), a maior coleta de espécimes vegetais para a Amazônia brasileira e o quinto maior Herbário do Brasil. O Inpa, unidade vinculada ao MCTI, está localizada em Manaus (AM).
“Temos mais R$ 10 milhões para salvaguardar os acervos do Programa de Coleções Científicas e Biológicas do Inpa, onde iremos construir um novo herbário, para abrigar uma das maiores coleções de plantas da Amazônia”, enfatizou Luciana Santos.
De acordo com o diretor do Inpa, esse aporte será destinado a um projeto sob encomenda que visa a construção de um novo espaço para abrigar o acervo do herbário, que hoje ocupa um dos prédios mais antigos do campus do Instituto.
“Necessitamos de instalações adequadas, mais amplas, então esse novo projeto irá permitir duplicar a capacidade da Coleção de Plantas. Será um herbário diferente, interativo, com espaço para reuniões, para visitação pública. E esse novo herbário também irá abrigar laboratórios temáticos, na área de palinologia, estudo de fungos, de pólen, será um complexo de estudo da flora amazônica”, contou Pereira.
No total, serão investidos R$ 500 milhões em programas para a região amazônica com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), para os programas Pró-Amazônia e Segurança Alimentar e Erradicação da Fome. Foram destinados R$ 360 milhões para o Programa Pró-Amazônia e R$ 184,2 milhões para o Programa de Segurança Alimentar.
Cooperação com a França
O anúncio de Henrique Pereira como coordenador brasileiro do Centro Franco-Brasileiro de Biodiversidade Amazônica (CFBBA) aconteceu na reunião com outros dirigentes de unidades vinculadas do MCTI. “Foi uma surpresa, nós sabíamos que era aguardado o anúncio do escolhido para coordenar a parte brasileira, mas foi uma surpresa. Agora é receber as devidas orientações e começar o trabalho”, pontua o diretor do Inpa.
Pereira comenta, ainda, que o Inpa já foi sede de uma missão permanente da agência de cooperação científica da França, hoje conhecida como IRD, por mais de 20 anos. “Quem sabe uma das metodologias seja a retomada de missões de pesquisadores visitantes entre Brasil e França, até porque ainda hoje mantemos cooperações com a França, mas muito menos intensas”, frisa.
A ideia do Centro é ser uma rede constituída pelas instituições francesas e brasileiras de ciência que atuam no tema da biodiversidade na região amazônica. Outro ponto favorável ao Centro é o fato que a França tem um território na Amazônia, a Guiana Francesa. “A maior fronteira da França é com o Brasil, na fronteira entre o Amapá e a Guiana Francesa, então esperamos ter uma inserção das organizações do estado do Amapá, onde devem se concentrar parte das atividades, nessa região de fronteira", completa Pereira.
O Inpa e outras instituições brasileiras, como a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), cooperam há muitos anos com o Institut de Recherche pour le Développement (IRD) da França. Além disso, o governo francês coopera com outros países amazônicos, como, por exemplo, a Rede HyBam. A relação de fronteira com os países Guiana e Brasil torna essa escolha do Brasil mais distinta.
Com informações do Instituto Nacional da Amazônia (INPA)