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5CNCTI
Mudanças climáticas são a pauta prioritária em estudos voltados para os biomas e oceanos
Foto: Diego Galba (ASCOM/MCTI)
“Os biomas e o oceano brasileiro como ativos para uma transição sustentável” foi o tema de uma das mesas temáticas que aconteceu no primeiro dia da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5CNCTI). Pesquisadores apresentaram institutos nacionais e as pesquisas que estão impulsionando o país na condução dos efeitos da mudança climática mundial.
O Instituto Nacional do Semiárido (INSA), representado por sua diretora, Mônica Tejo, ressaltou as riquezas do bioma caatinga, que é exclusividade do Brasil, através das pesquisas desenvolvidas. A convivência com a seca, o combate à desertificação, o uso sustentável dos recursos naturais e o investimento em energias renováveis são as prioridades do instituto.
“O INSA vem atuando no desenvolvimento de novas tecnologias para o uso da palma, exportando conhecimento para todas as regiões semiáridas do mundo. Além disso, temos excelência na gestão de recursos hídricos onde já instalamos mais de 211 unidades de reúso de água de esgoto tratado na agricultura, com mecanismos de purificação da água que beneficia milhares de famílias em todo semiárido. Também protagonizamos pesquisas sobre energias renováveis comprovando o potencial brasileiro neste tipo de produção e apresentando o potencial da caatinga na geração de crédito de carbono”.
Os biomas Mata Atlântica, Amazônia e Cerrado foram citados pelo professor Sérgio Lucena Mendes, diretor do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA). Ele reforçou a necessidade de investimento e fomento no financiamento das pesquisas e melhorias nas infraestruturas para o acesso a áreas remotas dos biomas brasileiros. Além disso, o diretor destacou a importância de integração dos conhecimentos tradicionais com a ciência moderna.
“Os biomas brasileiros oferecem uma base sólida para o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias sustentáveis. É preciso investir e é necessário garantir que as comunidades locais se beneficiem de forma justa dos resultados dessas pesquisas”. O diretor defendeu ainda a criação de um instituto nacional voltado para o Cerrado. “Esse bioma, o Cerrado, é um dos mais atingidos pelas mudanças climáticas e extrativismo irresponsável. O país precisa de um olhar exclusivo para esta área que representa cerca de 24% do território nacional”.
Já a proteção e a defesa de uma maior e mais eficiente governança voltada para os oceanos foi pautada pelo almirante Ilques Barbosa, ex-comandante da Marinha, e por Segen Estefen, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO). “Esse ambiente, o oceânico, é onde estão as maiores potências mundiais investindo muito em CT&I. É nesse lugar que devemos estar. O centro de gravidade da economia mundial está nos oceanos”, defendeu o almirante Ilques. O diretor do INPO afirmou que a prioridade do instituto tem sido a inclusão dos oceanos como pauta do próximo G20. “Precisamos fazer com que os estudos e preocupações a respeito dos oceanos sejam tratados com prioridade. Eles são responsáveis por todo o equilíbrio da Terra e não podemos estar preparados para as graves mudanças climáticas sem estudar de forma séria e articulada os oceanos. E o Brasil precisa estar pronto para esta frente mundial”.
As falas na íntegra e as contribuições dos participantes podem ser conferidas no canal do MCTI no YouTube.
A 5ª Conferência conta com o patrocínio Master do Banco do Brasil e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), patrocínio Ouro da Positivo e patrocínio Prata da Caixa Econômica Federal e Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).