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Especialistas fazem recomendações à estratégia brasileira para o setor nuclear
Foto: Diego Galba (ASCOM/MCTI)
A elaboração da estratégia brasileira para o setor nuclear foi tema de mesa temática da 5ª CNCTI, nesta terça-feira (30), com a participação de representantes do setor público, de especialistas e da comunidade científica. As recomendações apresentadas para o desenvolvimento do setor incluíram ampliar investimentos em tecnologia nuclear para os setores de saúde, defesa e industrial, criar o Programa Nuclear Brasileiro e melhorar a comunicação com a sociedade.
O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Francisco Rondinelli, propôs a elaboração do Programa Nuclear Brasileiro. “O setor nuclear pode entregar uma série de aplicações para a sociedade. Não vejo outra maneira de canalizarmos os esforços e fazer o setor crescer, desenvolver e alcançar aquilo que ele é capaz no Brasil”, afirmou.
A proposta do presidente da CNEN é que o Programa Nuclear Brasileiro seja estruturado em um período de 10 anos, com duas fases, entre 2025 a 2035. O programa teria como algumas das principais ações alavancar o ciclo de combustível nuclear, a implantação do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), a criação da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN) e o acesso da população aos benefícios das aplicações nucleares.
O diretor do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), José Augusto Perrotta, destacou os subsídios à Estratégia Brasileira para o Setor Nuclear, consolidados durante reunião temática da 5ª CNCTI realizada em março de 2024. Os eixos da estratégia propõem iniciativas para o desenvolvimento do setor nuclear como parcerias público-privadas, cooperação internacional, formação de redes de pesquisa e expansão da rede de atendimento da medicina nuclear no país.
“A maior e mais importante estratégia do setor nuclear brasileiro é se comunicar com a sociedade”, apontou Leonam Guimarães, representante da empresa pública Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A (Amazul). Segundo ele, o apoio da sociedade é fundamental para o desenvolvimento da energia nuclear no Brasil.
Silvia Maria Velasques de Oliveira, da Sociedade Brasileira de Biociências Nucleares (SBBN), destacou as contribuições das sociedades científicas da área nuclear no treinamento e formação continuada de recursos humanos. Entre as recomendações, destacou a necessidade de reforçar a formação especializada.
Coordenador da mesa de debate, o físico Aquilino Senra Martinez, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), defendeu a recomposição de quadros em instituições de pesquisa e universidades e o aproveitamento de recursos humanos no setor nuclear. “Temos de incentivar o empreendedorismo e a inovação desses jovens doutores. Criar uma sinergia que alimente o sistema”, afirmou.
Confira a íntegra da mesa “Estratégia Brasileira para o Setor Nuclear” no canal do MCTI no YouTube.
A 5ª Conferência conta com o patrocínio Master do Banco do Brasil e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), patrocínio Ouro da Positivo e patrocínio Prata da Caixa Econômica Federal e Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).