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Combate à mudança do clima é tema central no programa de Cidades Verdes Resilientes
O Programa Cidades Verde Resilientes iniciou nesta terça-feira, (30) a primeira oficina de construção de estratégia de implementação. O programa é uma parceria entre os Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e das Cidades (MCID). O objetivo é potencializar a atuação federal e movimentar os entes subnacionais e a sociedade diante dos objetivos de aumentar a qualidade ambiental e a resiliência climática das cidades brasileiras.
Segundo dados do Censo do IBGE de 2022, dos 203 milhões de brasileiros 124,1 milhões vivem em concentrações urbanas.
O secretário interino de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI, Osvaldo Moraes, destacou a importância da parceria entre as pastas ministeriais para que os tomadores de decisão, especialmente em nível municipal, possam se apropriar das lições aprendidas e do conhecimento científico para agirem e protegerem a população, com atenção aos mais vulneráveis que dependem da ação do estado. “Esse é um programa que vai justamente nessa direção”, afirmou Moraes.
O secretário interino citou dados do Atlas Brasileiro de Desastre em que 95% das mortes foram associadas a inundações e enxurradas e mencionou ainda que a mudança do clima, que intensifica e amplia extremos de temperatura, trazem preocupação com idosos, por exemplo. “As ondas de calor precisam de uma nova concepção de cuidado para proteger as populações. Esses desafios que temos que olhar”, afirmou.
A ministra do MMA, Marina Silva, lembrou do ‘pensar global e agir localmente’, que vigorava as conferências do Rio de Janeiro, realizadas no início dos anos 1990, e que originaram os tratados internacionais sobre mudança do clima, biodiversidade e desertificação. “Agora, estamos vivendo o tempo em que não é mais possível resolver os problemas agindo apenas localmente”, afirmou a ministra citando exemplos dos desastres climáticos ocorridos na cidade paulista de São Sebastião, em 2023, e no Rio Grande do Sul em maio deste ano. “Agora é tempo de agir global e agir local, pensar local e pensar global. Tudo na mesma frequência”, enfatizou lembrando da necessidade de financiamento internacional para países em desenvolvimento.
Moacyr Araújo, coordenador da Rede Brasileira de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima), ligada ao MCTI, afirmou que os desafios para implementar ações de resiliência, como as chamadas cidades-esponja, não envolvem apenas vontade e capacidades, mas também desafios científicos e tecnológicos. “As cidades eram planejadas para drenar, drenar, drenar. Precisamos de fato de ter cidades capazes de reter, absorver e drenar”, disse sobre os paradigmas que envolvem o processo. Segundo Araújo, no âmbito do Centro de Síntese em Mudanças Ambientais e Climáticas (Simaclim), projeto financiado pelo MCTI, os pesquisadores estão trabalhando nos temas de cidades verdes resilientes e manguezais, abordando novas fronteiras tecnológicas e limites científicos nas oficinas sobre mudanças ambientais e climáticas.
Assista à íntegra da oficina neste link.