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Com Projeto Ilíada, da RNP, Brasil vai investir em tecnologia blockchain
Com o avanço da tecnologia blockchain, que funciona como uma espécie de banco de dados descentralizado que registra transações de forma segura e sem possibilidade de alteração, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) lançou o Projeto Ilíada com o objetivo de acelerar a sua adoção no Brasil.
Para isso, o MCTI investiu R$ 23 milhões para a criação de um laboratório para estudos sobre o uso de blockchain e como a tecnologia pode ser aplicada no contexto brasileiro. A pasta fechou uma parceria com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD) e a Softex.
“O Projeto Ilíada visa contribuir para o amadurecimento do ecossistema blockchain no Brasil por meio de ações de pesquisa e desenvolvimento tecnológico para acompanhar o estado da arte da blockchain, de modo que o país obtenha o domínio da tecnologia”, explica o diretor-adjunto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da RNP, Leandro Ciuffo, responsável pela execução do projeto.
Este será o primeiro laboratório do tipo no país, que ainda terá um ambiente de teste virtual para que os pesquisadores possam realizar experimentos sobre blockchain em um ambiente controlado.
“O CPQD tem colaborado ativamente com o desenvolvimento do ecossistema blockchain do Brasil. Participamos, desde o início, das atividades do CT-Blockchain da RNP, quando nasceram as primeiras ideias sobre o escopo do Projeto Ilíada”, lembra o gerente de Soluções Blockchain do CPQD, Reynaldo Formigoni.
Além do laboratório, o projeto ainda deve construir um observatório nacional de blockchain e criar um website para agregar informações sobre a tecnologia no Brasil. Por meio do portal, qualquer cidadão poderá acompanhar e contribuir com o mapeamento de aplicações, grupos de pesquisa e empresas desenvolvedoras de soluções baseadas em blockchain no Brasil, bem como monitorar a programação de eventos e cursos, notícias, estudos e casos de uso.
A tecnologia
Chamada de "a próxima geração da internet", a Web 3.0 pretende mudar como ocorre a interação online. Ao invés do modelo atual, onde os serviços e tráfego de dados são controlados por grandes corporações, esse novo modelo contará com soluções online descentralizadas, sem o controle de nenhuma empresa ou pessoa.
Com isso, ganha-se uma camada maior de segurança e privacidade. E a blockchain tem um papel fundamental nesse modelo por permitir que as informações registradas fiquem guardadas em locais diferentes. Sendo assim, é mais difícil que algum invasor possa alterar ou mesmo fraudar esses dados.
No Brasil, a blockchain já é usada por empresas e instituições. A RNP, por exemplo, usa essa tecnologia em seu serviço de emissão de diplomas digitais. Já o governo federal usa blockchain na emissão da Carteira de Identidade Nacional.
Iniciativa busca pesquisadores
Previsto para durar até janeiro de 2026, o Projeto Ilíada está buscando pesquisadores para no desenvolvimento do ambiente de testes que será usado em estudos com blockchain. Cada grupo selecionado receberá até R$ 132 mil para atuar no projeto por um período de um ano.
Uma das exigências é que cada grupo seja coordenado por um pesquisador vinculado a alguma instituição de ensino pública ou privada. Além disso, as propostas devem se relacionar a algum dos temas de interesse, como Tokens Não Fungíveis (NFTs), segurança e privacidade em blockchains e outros. Interessados têm até 25 de julho para fazer a inscrição neste link. Leia a chamada pública para mais informações.
O Projeto Ilíada será tema de uma apresentação no evento BlockchainRio, que acontece em 24 e 25 de julho. O painel “Financiamento público para o desenvolvimento de blockchain: MCTI e o caso do Projeto Ilíada” mostrará detalhes da iniciativa e debaterá a importância do investimento em blockchain.