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Brasil e Arábia Saudita planejam parceria em P,D&I nos setores de indústria e mineração
Fotos: Luara Baggi (ASCOM MCTI)
Brasil e Arábia Saudita vão começar a discutir uma parceria em pesquisa, desenvolvimento e inovação voltada aos setores da indústria e mineração. A possibilidade de cooperação entre os dois países foi tema de audiência entre a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e o ministro da Indústria e Recursos Minerais do Reino da Arábia Saudita, Bandar Alkorayef. O encontro aconteceu nesta quarta-feira, (24) no MCTI.
Na audiência a ministra Luciana Santos destacou que os dois países podem estabelecer parceiras produtivas no processo de neoindustrialização. “Algumas iniciativas da Arábia Saudita vão ao encontro das seis missões do Nova Indústria Brasil, principalmente as relacionadas à sustentabilidade e à transformação digital”, comparou.
A ministra explicou que o programa brasileiro, a ser implementado nos próximos 10 anos, abrange seis setores para estimular o desenvolvimento sustentável, com mais investimento, produtividade, exportação, inovação e empregos. Segundo ela, o investimento do MCTI, por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), no Nova Indústria Brasil (NIB), no total de R$ 41 bilhões, será focado em inovação e em infraestruturas de pesquisa e desenvolvimento.
Luciana Santos também apontou iniciativas do MCTI em setores estratégicos como mineração e energias renováveis. “Nosso foco é no desenvolvimento de tecnologias para o uso sustentável dos recursos, com eficiência e que aprimorem os processos industriais”, afirmou.
A ministra reforçou ainda, que o Brasil é um dos países com a matriz energética mais limpa e renovável entre as principais economias do globo. Como exemplos, citou a produção expressiva de etanol, em torno de 30 bilhões de litros por ano, de biodiesel, biometano e o Programa Nacional de Hidrogênio.
Visão 2030
O ministro da Indústria e Recursos Minerais do Reino da Arábia Saudita destacou que o país tem buscado diversificar a base industrial e reduzir a dependência do setor petrolífero. Segundo ele, o programa Visão 2030 da Arábia Saudita é focado nos setores industrial, mineração e de exportação, com o objetivo de transformar o país em uma potência nessas áreas, além de uma plataforma logística global. “O governo da Arábia Saudita olha com admiração todo o desenvolvimento alcançado pelo Brasil, especialmente nos setores de indústria, mineração e energias renováveis”, delcarou Bandar Alkorayef.
Segundo ele, a exploração de minérios ao redor do mundo é feita de forma desigual, por isso é importante criar parcerias estratégicas e ampliar a colaboração entre países, tanto os que produzem quanto os que utilizam minerais.
O ministro Bandar Alkorayef reforçou que o enfrentamento aos desafios no setor de mineração inclui a adoção de novas tecnologias e a cooperação estratégica com outros países. “Damos muito importância à possibilidade de estabelecer parcerias com o Brasil pelo potencial e experiência tecnológica do país nessa área”, reconheceu.
Exploração sustentável
O secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Guila Calheiros, frisou que o papel do ministério é contribuir com o conhecimento para os setores industrial e de mineração. Segundo ele, a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação buscam melhorar a eficiência na produção mineral e também foca em minerais estratégicos e terras raras.
Guila Calheiros apontou que o setor de mineração do Brasil hoje tem a preocupação em respeitar as boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês). “Dentro do programa Nova Indústria Brasil estamos trabalhando no respeito e na proteção ao meio ambiente, com exploração de forma sustentável e preocupada com o desenvolvimento social”, afirmou.
O secretário sugeriu a possibilidade de estabelecer cooperações bilaterais com a participação de instituições de pesquisa do Brasil e das agências de financiamento do MCTI, Finep e Embrapii.
Ao final da reunião os dois ministérios se comprometeram a dar início às tratativas para discutir possibilidades de cooperação, que deverão incluir visitas a instituições dos dois países e a formação de um grupo de trabalho bilateral.