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A comunicação enquanto ciência é tema de mesa de debate da 5ª Conferência Nacional de CT&I
Foto: Rodrigo Cabral (ASCOM/MCTI)
A pandemia trouxe à tona o impacto da desinformação na sociedade, revelando como informações errôneas podem afetar comportamentos e decisões de saúde pública. Na tarde dessa terça-feira, 30, a mesa "Comunicação Pública da Ciência" promoveu uma reflexão sobre os desafios enfrentados na disseminação de informações precisas e confiáveis, além de discutir a divulgação científica e estratégias para fortalecer a comunicação entre o conhecimento científico e a sociedade.
O diálogo, mediado pelo jornalista do GGN Luis Nassif, contou com a participação da coordenadora do Instituto Nacional de Comunicação Pública em Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT), Luisa Massarani, da pesquisadora e professora do Laboratório de Jornalismo da Universidade Estadual de Campinas (Labjor-Unicamp), Sabine Righetti, e da chefe da Assessoria Especial de Comunicação Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Ana Cristina Santos.
Massarani expressou sua preocupação sobre a maneira como a ciência é comunicada, levantando o fato de que os meios de comunicação muitas vezes não conseguem transmitir a nuance e a importância de certas pesquisas. “Existem duas questões fundamentais para pensarmos sobre a cobertura de ciência. A ciência ainda aparece na cobertura jornalística com resultados pontuais de pesquisas, que estão muito descolados da nossa realidade e da realidade do cidadão. Portanto, precisamos fazer uma cobertura científica que a coloque como relevante para a sociedade”, comentou.
Em sua fala, Righetti abordou o distanciamento entre a ciência e a sociedade, um abismo que se manifesta de diversas maneiras, mas que frequentemente se traduz em teorias da conspiração e fake news. “A desinformação e o negacionismo científico, que até recentemente eram institucionalizados e faziam parte da política do antigo governo, são questões que precisamos enfrentar. Isso coloca a ciência brasileira em risco”, afirmou. A pesquisadora também defendeu que, sem divulgação científica, não há ciência. “A ciência não existe se não falarmos dela para a sociedade”, pontuou.
Complementando a fala de Righetti, Ana Cristina discutiu como a ciência ainda não é compreendida e valorizada pela população em geral, mesmo sendo um aspecto presente no dia a dia da sociedade. “Não conseguimos transpor a barreira de que a ciência é algo que está no cotidiano das pessoas”, disse. Em relação à complexidade do processo comunicativo, Ana Cristina analisou como as mensagens são transmitidas, recebidas e interpretadas. “Os profissionais de comunicação precisam estar preparados para compreender e divulgar ciência. Temos aqui nossos pesquisadores, divulgadores, assessores e profissionais de comunicação que precisam ser levados em consideração, porque a comunicação também é uma ciência. Há uma razão para formar um profissional de comunicação. Compreendemos as questões da comunicação e como elas se relacionam com o seu tempo”, explicou.
A 5ª Conferência conta com o patrocínio Master do Banco do Brasil e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), patrocínio Ouro da Positivo, patrocínio Prata da Caixa Econômica Federal e Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).
Assista na íntegra o painel abaixo:
https://www.youtube.com/live/FdEZel8xpzw?si=ZBjvnv8aGXl_2pSP.