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No “Bom Dia, Ministra”, Luciana Santos defende rede internacional de pesquisa de mudanças climáticas
Foto: Luara Baggi (ASCOM/MCTI)
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, foi a convidada desta quarta-feira (5) no programa “Bom Dia, Ministra”, transmitido ao vivo pela Empresa Brasil de Comunicação. Direto dos estúdios da EBC, em Brasília, a ministra respondeu perguntas de jornalistas de diversas regiões do país e apresentou um panorama das iniciativas do MCTI e do governo federal para fortalecer a ciência brasileira.
A ministra defendeu a criação de uma rede internacional de pesquisadores para tratar de mudanças climáticas. Ela destacou que as conversas nesse sentido avançaram após a reunião do Grupo de Trabalho de Pesquisa e Inovação do G20, que aconteceu em maio, em Recife.
“Não é possível resolver esses assuntos sem passar pela cooperação internacional. Até porque esses fenômenos são globais. Então é preciso uma rede internacional que nos ajude a mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Quanto mais reunirmos cientistas do mundo todo para o debate, mais eficaz será o resultado”, afirmou.
Entre os principais temas abordados no programa, também estiveram o uso da tecnologia para prever desastres naturais, os caminhos para a transição energética, a Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial e os incentivos para evitar a chamada fuga de cérebros.
Meio ambiente
Ao falar da importância do setor de ciência e tecnologia diante de eventos climáticos cada vez mais extremos, a ministra citou a atuação cada vez mais estratégica do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), unidades de pesquisa vinculadas ao MCTI.
Por meio de imagens de satélites, por exemplo, foi possível ter acesso à localização exata das áreas afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. De acordo com Luciana Santos, isso permitiu que o governo cruzasse esses dados com informações de outros órgãos, garantindo que o Auxílio Reconstrução fosse direcionado realmente às famílias mais atingidas. A ministra lembrou que o monitoramento por satélite também garantiu a redução do desmatamento na Floresta Amazônica em mais de 40% de janeiro a julho de 2023 em relação ao mesmo período do ano anterior. Outra medida destacada foi o Plano Nacional de Redução dos Gases de Efeito Estufa, que estabelece o compromisso de zerar o desmatamento na Floresta Amazônica até 2030.
Rio Grande do Sul
Entre as iniciativas do MCTI para apoiar a população e a reconstrução do estado, Luciana Santos ressaltou a abertura de uma linha de crédito emergencial no valor de R$ 1,5 bilhão para empresas de inovação. As medidas também incluem a antecipação do pagamento de bolsas e auxílios do CNPq, além de editais para reparos de equipamentos voltados tanto para universidades e institutos de pesquisa quanto para pesquisadores.
Incentivos à pesquisa
A recomposição integral do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) também foi enfatizada pela ministra como fundamental para o desenvolvimento do setor, já que o fundo é o principal instrumento de fomento da ciência e tecnologia no Brasil. Outra prioridade da gestão é criar políticas para o retorno de pesquisadores que deixaram o país em busca de melhor estrutura.
“Queremos incentivar a volta deles pelo convencimento, pela nossa capacidade de infraestrutura. Desse ponto de vista, estamos dando sequência a uma infraestrutura de pesquisa muito importante. Vou citar o Sirius, nosso acelerador de partículas, que é um dos poucos no hemisfério global, e também os supercomputadores. Queremos fixar esses talentos por meio da tecnologia de ponta”, disse.
Ciência e desenvolvimento
Luciana Santos também discorreu sobre o entendimento do governo de considerar o setor de C&T como estratégico para o desenvolvimento do país. Um exemplo disso é a inclusão de projetos do MCTI no Novo PAC, com investimentos de quase R$ 8 bilhões em programas estratégicos. É o caso da segunda fase do Sirius, do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) e do chamado NB4, um laboratório de máxima contenção biológica para a manipulação de micro-organismos.
“A grande singularidade do NB4 é que será o único do mundo que vai se ligar à luz sincrotron. Com isso, será possível identificar o alto grau de transmissibilidade de doenças graves e se antecipar a fenômenos. Isso tem muita importância na área da saúde. É de alta complexidade e uma grande conquista para a ciência, tecnologia, mas sobretudo para o povo brasileiro. Vamos poder dar soluções mais rápidas para salvar vidas”, explicou. O laboratório NB4 terá investimentos de R$ 1 bilhão até 2026.
Conferência Nacional
Outro destaque da entrevista foi a realização da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5CNCTI), que vai acontecer entre os dias 30 de julho e 1° de agosto, em Brasília, após uma série de prévias realizadas em todo o país. Segundo Luciana Santos, trata-se de uma iniciativa fundamental para o setor, que estava há 14 anos sem realizar uma conferência nacional.
“A Conferência é o principal instrumento de diálogo e é por meio dela que vamos montar a estratégia de CT&I para os próximos dez anos. Já tivemos mais de 200 encontros, com a participação de mais de 100 mil pessoas. Foi uma explosão de debates, e estou muito animada com os resultados”, declarou, lembrando que é durante a Conferência que o MCTI vai apresentar o Plano Nacional de Inteligência Artificial ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Sobre o programa
O “Bom dia, Ministro/a” é uma coprodução entre a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República e a Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Veja abaixo a entrevista na íntegra.