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Nações Unidas
MCTI propõe cooperação internacional em combate à desertificação
Foto: Luara Baggi (ASCOM/MCTI)
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, propôs, durante encontro com o secretário-executivo da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD), Ibrahim Thiaw, a criação de uma plataforma de cooperação internacional técnica-científica entre as instituições de pesquisa da pasta e da ONU sobre o processo de desertificação no Brasil e as estratégias para frear o fenômeno. A reunião aconteceu nesta quarta-feira, 12, no gabinete da ministra.
“Uma possível proposta de cooperação seria a construção, no âmbito da UNCCD, de uma plataforma de cooperação internacional técnica-científica entre as instituições de pesquisa em combate à desertificação, mitigação dos feitos de seca e adaptação às mudanças climáticas das terras secas globais”, sugeriu a ministra.
A chefe da pasta ressaltou que o combate à desertificação do território brasileiro é uma agenda prioritária para o governo. “Nós temos uma agenda muito desafiadora, complexa e urgente, mas eu acredito que o tamanho do nosso desafio é capaz de nos agigantar”.
O secretário-executivo da UNCCD demonstrou interesse em cooperar com o Brasil e citou os efeitos sociais do fenômeno. “A desertificação aumenta a pobreza, a insegurança alimentar e a migração entre regiões e até países”, declarou.
Sobre os efeitos sociais, Luciana Santos citou o Instituto Nacional do Semiárido (INSA), unidade de pesquisa do MCTI. “O INSA busca intensificar o potencial de transformação social, ambiental e econômica, atuando como agente de transformação, promovendo inovação tecnológica e social, realizando, executando e divulgando estudos e pesquisas na área de desenvolvimento científico e tecnológico para o combate à desertificação e o fortalecimento do desenvolvimento sustentável da região”, revelou a chefe da pasta.
De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa do MCTI, a desertificação avançou 140% nos últimos 10 anos em todo o Brasil, ameaçando especialmente a Caatinga e o Cerrado. Neste ano, foi identificada uma região com clima semelhante ao deserto.
“Em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que é outra unidade de pesquisa do MCTI, o Cemaden promoveu um estudo que constatou que a área com clima semiárido vem aumentando no país, devido ao aquecimento global”, destacou a ministra.
PAB-Brasil
Durante a reunião, a ministra ainda falou sobre a elaboração do 2º Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação aos Efeitos da Seca (PAB-Brasil). “O primeiro plano foi elaborado há 20 anos para atender ao compromisso assumido pelo Brasil como país-membro da UNCCD. Agora, a expectativa é que ele seja apresentado na COP 16, que acontecerá Arábia Saudita entre 3 e 15 de dezembro de 2024”, explicou.