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Luciana Santos recebe diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica
Foto: Rodrigo Cabral (ASCOM/MCTI)
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, recebeu, nesta quarta-feira (19), em Brasília, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Mariano Grossi, para alinhar as expectativas sobre os avanços da tecnologia nuclear no Brasil e assinar um memorando de entendimento (MoU, do inglês Memorandum of Understanding) entre as partes. O objetivo do documento é estabelecer uma cooperação científica na área de tecnologia nuclear contra a poluição por plástico.
Para a ministra, a AIEA tem um importante papel na difusão da tecnologia nuclear para fins pacíficos. “O ministério tem uma agenda intensa para colocar a ciência nuclear no lugar que ela merece, ou seja, em pontos estratégicos para os diferentes usos, como na saúde, nos alimentos. Na trajetória da agência encontramos a não-proliferação do uso da ciência nuclear para armas e, por isso, nós precisamos da agência para ser a porta-voz da paz, ainda mais nesse mundo de grandes disputas geopolíticas”, disse a chefe da pasta.
“Para nós é muito importante apoiar tudo o que o Brasil está fazendo para relançar o seu programa nuclear. Programas nucleares têm muitos altos e baixos e sabemos das circunstâncias aleatórias, da ciência, da política e da tecnologia. O Brasil é um país nuclear e tem muito para oferecer na área nuclear e nós vamos sempre acompanhar todos esses desenvolvimentos”, afirmou Grossi.
Durante a conversa, Luciana Santos citou alguns projetos e medidas relacionadas à tecnologia nuclear no Brasil. Entre elas, a Política Nuclear Brasileira (PNB) que, entre suas frentes, tem a retomada da construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que é uma parceria internacional com a Argentina. “É uma ajuda fantástica. É uma estrutura de pesquisa que vai colocar o Brasil em outro patamar. Com ela, nós vamos nos tornar autônomos na produção de radioisótopos essenciais para a fabricação de medicamentos”, explicou.
Outro ponto citado pela ministra foi o desejo de conclusão da Usina Nuclear Angra 3, em Angra dos Reis (RJ). Atualmente, a Eletronuclear, estatal que administra a unidade, aguarda a entrega de uma modelagem econômico-financeira, orçamentação e parte jurídica do projeto para retomada do projeto de construção.
“A usina tem que ser terminada e a agência fica sempre à disposição para todas as avaliações técnicas, avaliações de salvaguardas, para acompanhar esse processo, para dar garantia aos eventuais inversores”, propôs o diretor-geral.